Foto de cima foi incrementada com uso de Photoshop por famoso jornal para vender de modo mais convincente a imagem de destruição na Síria
Esta peguei no Aporrea.org, portal super atuante da Venezuela, que creditou ao sítio tercerainformacion.es, de 06/08/2012. A foto original (a de baixo) é da agência europeia Pressphoto e retrata uma família (um casal com um bebê) escapando de uma cidade da Síria sob ataque, por si só já bastante dramática.
Os editores do “Krone” – como é comumente chamado o diário austríaco Kronen Zeitung, de maior circulação do país, com cerca de 3 milhões de leitores diariamente – resolveram “incrementar” o cenário para vender a imagem de destruição da Síria, resultando na foto de cima, falsificada com o uso do Photoshop. A descoberta da falsificação foi revelada em primeiro lugar no sítio Reddit.com.
Imagine a quanto tipo de enganação estão submetidos os leitores diante de uma mídia quase sempre partidarizada, a grande maioria dos meios de comunicação a serviço do império dos Estados Unidos. Não é à toa que há um livro famoso (ou é uma frase famosa?) chamado “Na guerra, a primeira vítima é a verdade”. De fato, sabemos que a verdade está sendo sacrificada todo santo dia, porque, de fato, vivemos sob guerra permanentemente, inclusive a guerra de quarta geração, através da mídia.
A matéria do Aporrea.org lembra um caso semelhante de propaganda de guerra contida no filme de 1997 Wag the dog (no espanhol teve o título La cortina de humo, A cortina de fumaça), “onde a tecnologia de tela verde foi usada para colocar um ator num estúdio com um gatinho numa zona devastada pela guerra”. É o mesmo filme que no Brasil teve o título Mera coincidência, com Dustin Hoffman e Robert De Niro.
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Segue literalmente o final da matéria, traduzindo: “Obviamente estas enganações não estão limitadas ao conflito sírio, elas têm se convertido num pilar nesta época dos meios modernos de comunicação.
Desde o testemunho falso dos bebês nas incubadoras para demonizar Saddam Hussein na primeira Guerra do Golfo, as mentiras sobre as armas de destruição massiva no Iraque em seguida, acontecimentos falsificados para começar a maioria das guerras do século 20, e muito mais: essas mentiras não são fabricadas para enganar os que comprovam os fatos, os críticos, historiadores ou verdadeiros repórteres investigativos, e sim para incitar o público em geral numa onda de histeria assegurando o suficiente apoio para se iniciar uma guerra e tirar proveito da destruição”.
Jadson Oliveira, Fazendo Media