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Analfabetos funcionais impedem melhoria do perfil político brasileiro

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Na política existem também os analfabetos funcionais, aqueles que são providos de informações, todavia não conseguem penetrar nos meandros do multivariado universo partidário. Essa qualidade de eleitor dificulta bem mais a melhoria do perfil político do país do que os analfabetos completos

A política profissional cansa todo mundo, mas ninguém vive sem ela; assim, é melhor aceitá-la da forma a mais racional possível. Os inocentes e manipuláveis (a grande maioria) vivem metendo o “pau” nos políticos, pois deles esperam tudo de bom e maravilhoso para suas vidas. Votam “(in)seguros” e frustram-se logo a seguir ao constatarem que todas aquelas promessas foram em vão.

Bertold Bretch definiu o analfabeto político como aquele que renega a política. Há, no entanto, outro perfil: são os nutridos de informações e interessados por política, mas que não conseguem fugir de lugares comuns em suas avaliações.

Já os eleitores mais conscientes se enfadam de ver a mesma coisa, o ciclo vicioso que se revigora a cada eleição, obrigando os políticos (mesmo os mais competentes e bem intencionados) a mentir deslavadamente, sob pena de sucumbirem nas urnas. Estes são muito mais minoria do que se pensa, tendo em vista os que são meramente “votadores”, aqueles que tiram onda de esclarecidos, porém não passam de “bobões”.

Quer dizer, em política existem também os analfabetos funcionais, aqueles que são providos de informações, todavia não conseguem penetrar nos meandros do multivariado universo partidário. Essa qualidade de eleitor dificulta bem mais a melhoria do perfil político do país do que os analfabetos completos, que normalmente se chama de “analfa de pai e mãe”. Isto porque muitos deles são referência em suas profissões e, portanto, são formadores de opinião.

Mundo de aparências também é refletido na cena política do Brasil

Tanto que é facílimo se ver pessoas politizadas terem seus pontos de vista relegados e banalizados devido a não possuírem curso superior ou mesmo certo patamar cultural enquanto físicos, médicos, advogados e até jornalistas são reverenciados por causa das opiniões que emitem, mesmo que sejam inconsistentes.

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É que se vive num mundo de aparências. Normalmente, se dá mais credibilidade ao que um célebre matemático ou um notado linguista fala sobre política do que o que diz um sindicalista sem muita escolaridade.

Não é uma regra, mas a politização não depende necessariamente de escolarização, de ter mais cultura ou coisa assim. O melhor exemplo que o Brasil tem a esse respeito é Lula.

Por Luis Soares, em Pragmatismo Político

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