Carta de Einstein sobre descrença em Deus é leiloada por U$ 3 milhões
Na carta, Einstein também diz: “A Bíblia é uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que, não obstante, são bastante infantis. Nenhuma interpretação, não importa quão sutil, pode (para mim) mudar isso"
Um anônimo comprou de outro anônimo por US$ 3 milhões (equivalente a R$ 6 milhões) a carta manuscrita onde Albert Einstein (1879-1955) diz em alemão: “A palavra de Deus é para mim nada, além de ser a expressão e produto da fraqueza humana”. O valor foi fixado como lance mínimo de leilão realizado pela eBay.
Anônimo paga US$ 3 milhões pela carta da descrença em Deus de Albert Einstein. “A palavra de Deus é para mim nada”. (Foto: reprodução / web)
Com a data de 3 de janeiro de 1954, a carta foi enviada pelo físico ao filósofo Erik Gutkind, autor do Choose Life: The Biblical Call to Revolt (“Escolha a vida: o apelo bíblico pela revolta”). Ela foi leiloada com o seu envelope, selo e carimbo postal.
O leilão foi fechado no dia 18 de outubro com apenas dois lances. A expectativa do mercado era de que houvesse lances maiores. Mesmo assim o anônimo que agora vendeu a carta fez bom negócio, porque ele a comprou em 2008 em Londres por US$ 400 mil.
Na carta, Einstein também diz: “A Bíblia é uma coleção de lendas honradas, mas ainda assim primitivas, que, não obstante, são bastante infantis. Nenhuma interpretação, não importa quão sutil, pode (para mim) mudar isso”.
Einstein também é autor desta frase que se tornou célebre: “Deus não joga dados com o universo”. Mas isso foi quando ele ainda era relativamente moço. O teor da carta leiloada se tornou público em 2008, já no fim da vida do físico, confirmando que ele tinha se tornado ateu.
Carta foi enviada para um filósofo cujo livro Einstein tinha lido. (Foto: divulgação)
Mas ainda assim permanece a polêmica sobre a suposta descrença de Einstein. O físico brasileiro Marcelo Gleiser, por exemplo, afirma que Einstein acredita em Deus, mas não o Deus judaico-cristão, mas o Deus descrito por Spinoza (1632-1677). Para o filósofo, Deus e a Natureza são as mesmas coisas.
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