Datafolha encomendada por Globo e Folha: Haddad tem 49% e Serra, 32%. Nem o vazamento da última pesquisa em vários portais, antes das 21h, levou a Folha.com ou o Uol a divulgar os números. Será que os grandes grupos de mídia seguem a máxima “o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”, popularizada por Rubens Ricupero?
A maioria dos sítios que tratam de política em São Paulo e no Brasil, ontem, a partir das 20h:30, já tinham conhecimento e divulgavam os números da mais recente pesquisa Datafolha – o Instituto de Pesquisas particular do grupo Folha – para a corrida eleitoral na maior cidade do Brasil. No Twitter e Facebook, a informação que dava conta dos números também se espalhava rapidamente.
Desta vez, a pesquisa Datafolha, que ouviu 2.098 eleitores, foi encomendada pela parceria Folha e Organizações Globo. Como os resultados estavam prontos ontem, era possível já na noite passada divulgar seus resultados. Como, aliás, foi feito com todas as pesquisas anteriores do instituto. Mas a Folha preferiu o silêncio, assim como seu portal de notícias Uol.
O que explica um jornal gastar tanto dinheiro com uma pesquisa e não divulgar seus resultados? Qual é a lógica? De mesma maneira, o que explica o fato de a Globo ter encomendado uma pesquisa ao Ibope, que apontou 48% para Haddad e 32% para Serra, e não divulgá-la no Jornal Nacional, como ocorreu na última quarta-feira?
Mistérios que assombram os meios de comunicação e explicam a queda de sua influência, no momento em que a internet assume um papel cada vez mais relevante.
Ao que tudo indica, tanto a Folha, comandada por Otávio Frias, como a Globo, liderada por João Roberto Marinho, que aparentemente apoiam o candidato tucano José Serra, adotaram a máxima do embaixador Rubens Ricupero, que caiu do Ministério da Fazenda quando disse “o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”.
Da pesquisa Datafolha, encomendada por Globo e Folha, o dado que salta aos olhos é a rejeição a Serra: nada menos que 52% dos eleitores garantem que não votarão nele em hipótese alguma. E a resposta para esse fenômeno para ser a agenda conservadora centrada no chamado “kit-gay” e trazida pelo candidato aos debates.
Pragmatismo Político com Brasil 247