Ex-candidato tucano sai do PSDB e revela métodos sujos de José Serra
“Serra tem uma forma muito rasteira de fazer política, não tem coragem de fazer o debate direto e usa formas transversais de agredir pessoas e plantar nota na imprensa. Uma forma antiga de fazer política”, afirmou
Após vinte anos de militância tucana, Luciano Gama, candidato derrotado a vereador do PSDB no último pleito, com 12.154 mil votos, anunciou nesta segunda-feira, 22, sua desfiliação do partido e declarou apoio ao candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.
Gama escolheu o ato com lideranças da juventude e esporte da campanha petista, realizado em um auditório lotado no Sindicato dos Engenheiros, para tornar pública sua decisão. Em sua fala, desfiou críticas ao estilo de fazer política do candidato tucano, José Serra, segundo ele “radical e intolerante”.
“Infelizmente nós vemos agora um discurso radical, intolerante, posturas extremadas na condução do processo político do PSDB e da campanha do candidato majoritário. Como não concordo, resolvi me retirar (do PSDB), porque a gente tem que fazer as coisas com ética e lealdade. Não se faz uma cidade justa, democrática e acessível para a população na base da porrada, na base do cassetete, na base da intolerância e do preconceito”, afirmou.
O rompimento não teve somente motivos ideológicos. Aos jornalistas, Gama afirmou ter apoiado o deputado federal licenciado e atual secretário estadual de Energia José Aníbal nas prévias tucanas e, desde então, relata ter sido escanteado pelo partido e ficado sem apoio para sua campanha a vereador. “Só candidatos da cozinha do Serra e do Kassab foram apoiados”, reclamou.
Segundo ele, “Serra tem uma forma muito rasteira de fazer política, não tem coragem de fazer o debate direto e usa formas transversais de agredir pessoas, puxar o tapete, plantar nota na imprensa, dissimular. Uma forma antiga de fazer política”.
Gama foi assessor de Edson Aparecido, atual coordenador da campanha tucana, na Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano, em 2011. Seu último cargo de confiança no governo Geraldo Alckmin (PSDB) foi assessor executivo da presidência da CDHU, posto que deixou no final de abril para concorrer às eleições. Ele disse que recebeu uma ligação de Aparecido nesta segunda, mas decidiu não atender porque não quer “ouvir contrapropostas” e disse que não “precisa de cargo”.
Agência Estado