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Mano Brown em programa de Haddad: “Nos matam por parecer ser”

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Mano Brown, líder do grupo Racionais Mc's e uma das principais vozes da periferia no Brasil, revelou preocupação e angustia sobre o que chamou de "extermínio em curso" nas favelas de São Paulo. Vítimas são negros e pobres - pais de família ou não. Cantor também falou da possibilidade de estarem 'maquiando estatísticas'

O rapper Mano Brown e o candidato a prefeito Fernando Haddad – (Fotos: Georgia Branco)

Leci Brandão. Mano Brown e Ice Blue, dos Racionais MC’s. Netinho de Paula. Arismar do Espírito Santo. Leandro Lehart. Helião. Kamau. Fernando Anitelli, d’O Teatro Mágico. Grupo Negredo. Emicida e seu irmão caçula, Evandro Fióti. Ana Cañas. Daniel Ganjaman. André Frateschi & Miranda Kassin. Bruno Morais. Andreia Dias. Rashid. Todos juntos e reunidos num recinto só: samba, rap, pagode, pop, MPB, rock independente. Assista ao vídeo:

A música do novo Brasil encontrou-se na noite desta terça-feira com Fernando Haddad, candidato petista à prefeitura de São Paulo.

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Mano Brown demorou a se manifestar, mas foi preciso. Disse que não estava aqui para falar de cultura, mas de extermínio. Usou o termo para qualificar a atitude das polícias sob direção tucana diante das juventudes negras, rappers, funkeiras, periféricas etc. “Quem reagir, morre”, modificou frase do governador Geraldo Alckmin, exemplificando com o assassinato, há poucos dias, de dois companheiros ligados ao núcleo formado pelos grupos Racionais MC’s, Negredo e Rosana Bronk’s. “O pano de fundo é a guerra contra o crime organizado, mas eles (o poder público paulista) estão matando por parecer ser”, afirmou.

Ice Blue foi igualmente certeiro: “Na grande verdade, os prefeitos e candidatos a prefeitos não sabem o que acontece com os pretos em São Paulo, nãõ têm conhecimento de como os pretos são tratados aqui. O rap, esse movimento que continua sendo discriminado e marginalizado, foi o que mudou a cidade de São Paulo”. Silêncio. “Foi o rap que mudou a cidade de São Paulo, que devolveu o orgulho e a vontade de viver para o jovem negro de São Paulo. São Paulo não oferece nada, nada para o jovem negro. Pelo contrário, só tira.” Silêncio completo.

Evandro Fióti, Bruno Morais, Emicida, Daniel Ganjaman, Ana Cañas, Andreia Dias

Leci mirou o acertou no alvo do tema do preconceito: “Eu vou ser obrigada a tocar na questão da raça, porque é uma verdade que existe em São Paulo. Nós sabemos que este estado aqui tem uma marca muito séria em cima da população negra. Quando os negros se juntam, a polícia chega porque pensa que vão fazer alguma coisa errada. É um pré-conceito, né?”.

Por Pedro Alexandre Santos

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