Bicheiro Carlinhos Cachoeira está solto, "tranquilo e feliz"
Carlinhos Cachoeira saiu da prisão depois que a juíza Ana Cláudia Costa Barreto, da 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, expediu, na noite de terça-feira (20), um alvará de soltura para o contraventor, preso desde fevereiro deste ano
O contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deixou o presídio da Papuda, em Brasília (DF), nos primeiros minutos desta quarta-feira (21). O sobrinho Fernando de Almeida Cunha disse que o tio estava calmo assim que saiu da penitenciária. “Estivemos com ele, que está tranquilo e feliz”, comentou Cunha que foi reeleito vereador no município de Anápolis (GO).
Além da mulher Andressa, o filho mais velho, de 15 anos, foi recepcioná-lo em Brasília. Os outros dois ficaram em Goiânia para esperar a chegada do pai.
A ex-mulher Andréa Aprígio não foi a Brasília, assim como o pai Cachoeira, Sebastião de Almeida Ramos, 82, que sofreu uma queda, nos últimos dias, e está usando muletas. Cunha acredita que ele deverá visitar Cachoeira nesta quarta-feira, em Goiânia.
Carlinhos Cachoeira saiu da prisão depois que a juíza Ana Cláudia Costa Barreto, da 5ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, expediu, na noite de terça-feira (20), um alvará de soltura para o contraventor, preso desde fevereiro deste ano.
Na sentença dada pela juíza, Cachoeira foi condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto pelo envolvimento dele na operação Saint-Michel, deflagrada pelo Ministério Público do Distrito Federal. Cachoeira já recorreu da decisão. A apelação aparece no andamento do processo que corre no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).
Segundo a defesa, assim que o empresário foi notificado da decisão, manifestou inconformismo ao próprio oficial de Justiça, que registrou a informação no processo. De acordo com o Código de Processo Penal, as sentenças definitivas emitidas por juízes podem ser apeladas em prazo de cinco dias após a notificação.
A operação Saint-Michel desbaratou um esquema que tentava fraudar o sistema de bilhetagem do transporte coletivo do Distrito Federal. Segundo a investigação, Cachoeira queria burlar uma licitação para contratar um sistema de bilhetagem de origem sul-coreana. Se tivesse dado certo, o contrato teria rendido R$ 60 milhões.
Nesse processo, Cachoeira responde pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência. A assessoria do tribunal não soube informar se Cachoeira precisará dormir no presídio ou se poderá cumprir prisão domiciliar. A defesa dele ainda pode entrar com recurso contra a condenação.
A Saint-Michel é um desdobramento de outra operação da Polícia Federal, a Operação Monte Carlo, que apurou suspeitas de corrupção e exploração ilegal de jogos investigou e o envolvimento do contraventor com empresários e políticos. Por conta dessa operação, Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro e permaneceu detido preventivamente no Distrito Federal e em Goiás desde então.
Vários pedidos de liberdade foram formulados nos dois processos, mas sempre esbarravam em decisões que alegavam o alto poder de influência de Cachoeira para mantê-lo preso. Na Justiça Federal, a defesa dele conseguiu um habeas corpus no dia 15 de outubro, garantindo a liberdade do empresário em relação à Operação Monte Carlo. No entanto, ele não pôde ser solto devido ao mandado expedido em relação à Operação Saint-Michel.
A decisão judicial ocorreu às vésperas de a CPI que investiga o caso no Congresso apresentar seu relatório. O deputado Odair Cunha (PT-MG) deve apresentar nesta quarta à comissão a conclusão das investigações.
Fernanda Calgaro e Lourdes Souza (UOL). Com informações da Agência Brasil