Categories: Revista Veja

PSDB e DEM blindam revista Veja na CPI do Cachoeira

Share

Oposição impede leitura de relatório que pede investigação de Policarpo (diretor de Veja) e Gurgel. Odair Cunha, relator da CPMI do Cachoeira, deve pedir o indiciamento de 46 pessoas

Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado, é um dos parlamentares mais ávidos ao defender que não se abra investigação contra a revista Veja por envolvimento com o bicheiro Carlos Cachoeira. Do que ele tem medo? (Foto: Agência Senado)

Parlamentares da oposição, principalmente do PSDB e do DEM, impediram hoje (21) o deputado Odair Cunha (PT-MG) de ler o relatório fina da CPI Mista do Cachoeira. No documento, Cunha pede o indiciamento de 46 pessoas, entre elas o jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, e propõe que o Conselho Federal do Ministério Público inicie investigação contra o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel.

Ambos – Policarpo e Gurgel – têm sido blindados por membros da oposição e também por alguns da base aliada, grupo que recebeu o apelido de “bancada da Veja”.

Para impedir a leitura, os oposicionistas alegaram questões regimentais, entre elas a de que o texto deveria ter sido entregue aos membros da comissão com 24 horas de antecedência. Ao final de intenso bate-boca, o próprio relator sugeriu um acordo para adiar a leitura, que foi remarcada para amanhã (22).

Leia também

O deputado deve ler um resumo do documento, que na versão completa contém 4.802 páginas em cinco volumes, sem contar os anexos.

O relatório é dividido em oito partes. Além de Policarpo, outros quatro jornalistas terão o indiciamento pedido, todos acusados de colaborar ou participar ativamente do esquema de arapongagem do contraventor Carlos Cachoeira, em benefício de seus negócios ilícitos.

No caso de Gurgel, ele é acusado de ter paralisado a investigação da Polícia Federal que acabaria levando à descoberta da rede de corrupção.

Odair Cunha também quer indiciar Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta; o ex-senador Demóstenes Torres; o próprio Cachoeira; o governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e o prefeito de Palmas Raul Filho (PT).

Rede Brasil Atual