Aécio Neves, candidato da oposição à Presidência da República em 2014, convoca mídia e oposição a massacrarem o governo Dilma. Campanha presidencial já começou
Altamiro Borges, em seu sítio
A presidente Dilma Rousseff até que tentou sair ilesa da artilharia da direita partidária e midiática. Demitiu ministros, participou de festanças de barões da mídia, fugiu do embate político e ideológico e até difundiu a imagem da “gerentona” tecnocrática. De nada adiantou a sua omissão. “O nosso foco não pode ser mais o ex-presidente Lula. Temos que bater na presidenta Dilma, pois ela é a candidata à reeleição”, afirmou na quinta-feira (6) o cambaleante presidenciável tucano Aécio Neves. Será que agora ela vai acordar?
A notícia sobre a nova tática da direita foi postada hoje por Ilimar Franco, no jornal O Globo, que garante que “o PSDB vai mudar sua linha de combate”. A declaração de guerra de Aécio foi feita durante reunião na casa do deputado Paulo Abi-Ackel para 30 tucanos. Na ocasião, ele ainda revelou porque não assumiu sua candidatura. “Sigo os ensinamentos de Tancredo Neves. Ele dizia que reunião é para homologar o que já está decidido. Jamais assumiria sem combinar antes com o Serra, o Alckmin e os demais governadores”.
É certo que o senador não está com esta bola toda. Ele saiu meio chamuscado das eleições municipais em Minas Gerais, perdendo em importantes centros urbanos do estado. Há quem garanta que ele ainda poderá recuar no seu sonho presidencial para não perder sua “fortaleza” em Minas. Além disso, o cambaleante presidenciável até agora não convenceu os próprios tucanos. Muitos caciques acham que ele é vacilante e que mantém um estilo de vida, de “mauricinho”, bastante vulnerável e difícil de conquistar o eleitorado.
O mesmo O Globo de hoje, em reportagem de Gustavo Uribe, confirma estas dificuldades. “Em setores do partido, a avaliação é de que o tucano precisa adotar um discurso mais duro caso queira vencer a disputa ao Palácio do Planalto. Para lideranças tucanas, nos últimos anos, o senador mineiro teve uma atuação oposicionista ‘fraca’, que ainda não empolgou a oposição ao governo de Dilma Rousseff”. O lançamento precoce da sua candidatura, feita pelo “príncipe” FHC, visou exatamente aplacar estas intrigas internas.
De qualquer forma, é bom a presidente Dilma ficar esperta. Ela não sairá ilesa da pesada artilharia. Ou ela parte para a ofensiva, politizando o debate, ou será um alvo fácil. No julgamento midiático do mensalão, a direita visou atingir importantes lideranças petistas. Agora, no caso Rosemary, ela tenta sangrar o ex-presidente Lula. Debilitados o PT e o seu principal cabo-eleitoral, estará pavimentado o caminho para o discurso hidrófobo de Aécio Neves.
A direita está se preparando para o embate. “Ou o PSDB engrossa a voz oposicionista ou não sobe a rampa do Palácio do Planalto. O partido tem ficado aquém das expectativas em matéria de veemência”, reclama o exótico Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado. “A oposição ou é incisiva ou não é nada. Não existe oposição suave, ela tem de indicar os erros do governo”, completa Alberto Goldman, vice-presidente da sigla. Será que a “gerentona” Dilma já percebeu o peso da sua responsabilidade histórica? A conferir!