Indígena denuncia 'mentiras da Globo' e emissora se cala
Indígena protesta contra reportagem mentirosa da Rede Globo e recebe como resposta o sorriso debochado da repórter. Assista ao vídeo abaixo
No vídeo gravado na véspera e divulgado no blog Maria Frô, na internet, nesta segunda-feira, um índio da Tribo Maracanã cobra explicação sobre a responsabilidade e a veracidade da informação veiculada pela Globonews, uma das emissoras da Rede Globo. A matéria afirma que manifestantes faziam uso de drogas dentro do Museu do Índio.
O indígena, de dedo em riste, denuncia a matéria veiculada como uma “mentira para encobrir um crime maior que é o da a remoção de indígenas e não indígenas para obras de especulação imobiliária para os eventos da Copa”, afirma Maria Frô.
Comunidade segura
Na disputa pela área onde se situa o Museu do Índio, a Defensoria Pública do Estado do Rio (DPE-RJ) obteve na Justiça uma liminar que suspendeu a retirada da Aldeia Maracanã do prédio do antigo Museu do Índio, marcada para esta segunda-feira. A Defensoria Pública da União do Rio (DPU-RJ) também informou que pretende recorrer, ainda esta semana, à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, nos Estados Unidos. Neste sábado, o Batalhão de Choque da Policia Militar foi acionado para remover os índios do local, mas foi impedida de seguir adiante por não dispor de um mandato de imissão de posse. No mesmo sábado, foi deferida uma liminar pela Justiça que impede a retirada dos índios.
Ainda nesta segunda-feira, a Procuradoria Regional da República do Rio (PRR-RJ) impetrou um agravo junto ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) para reverter a decisão da presidente daquela corte, desembargadora Maria Helena Cisne, que cassou duas liminares de juízes federais que impediam a remoção dos índios e a derrubada do prédio. Segundo o procurador regional Newton Pena é descabida a insinuação do governo estadual que a manutenção do prédio e da aldeia indígena colocam em risco a realização da Copa do mundo.
De acordo com o Agravo, não é a preservação do imóvel e da aldeia dos índios que “dá causa ao risco, mas sim um grave vício do projeto de reforma desenvolvido pelo Estado, que em manifesto desprezo ao interesse público, desconsiderou a existência de bens impregnados por interesses indisponíveis”.
Com Correio do Brasil