Estagiária do Senado, ela fez a seguinte piada depois que um rato foi morto no Senado Federal em sua página no Facebook: “e a gente achou que o único problema aqui fosse o Renan Calheiros”; novo presidente da casa considerou postagem ofensiva e a demitiu; presidente do STF não irá se pronunciar sobre o caso
Uma piada no Facebook custou o emprego, no Senado, de uma sobrinha do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. A moça, que não teve sua identidade revelada pelo Senado, postou em sua página no Facebook a seguinte piada no mesmo dia em que um rato foi encontrado e morto a pauladas nas dependências da Casa: “E a gente achou que o único problema aqui fosse o Renan Calheiros”.
O novo presidente do Senado considerou a postagem ofensiva e decidiu demiti-la, mas a história é também emblemática dos tempos atuais. Presidente do Supremo Tribunal Federal e algoz dos réus da Ação Penal 470, Joaquim Barbosa é o herói dos chamados neoudenistas. Renan, por sua vez, foi alvo de uma intensa campanha na internet, que recolheu 1,5 milhão de assinaturas, antes de sua posse. Recebeu uma denúncia encaminhada ao STF, uma semana antes da eleição no Senado, pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que foi parceiro de Barbosa no julgamento da AP 470.
Apesar de toda a pressão, ele se elegeu com ampla maioria de votos e disse que a ética é um meio na construção de um país mais justo, e não um fim.
Nesta sexta, a Secretaria de Comunicação da Casa divulgou nota oficial para explicar que a demissão se deu em função de um ato de indisciplina. A direção do Senado alega ainda que, além do conteúdo ofensivo da matéria, as estudantes (uma colega da sobrinha de Barbosa também foi demitida) postaram-na durante o horário de expediente, utilizando ferramentas de trabalho.
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“Conforme definido na Lei nº 11.788/2008, o estágio é ato educativo, desenvolvido no ambiente de trabalho, destinado à preparação do educando para o trabalho produtivo. Nesse contexto, a Administração, ao tomar conhecimento de um ato de indisciplina, tem o dever de agir de acordo com as normas vigentes e em cumprimento ao Termo de Compromisso assinado pelas estagiárias”.
Joaquim Barbosa disse que não se pronunciaria sobre o caso.
O pedido de investigação contra Renan, apresentado por Gurgel, caiu nas mãos do relator Ricardo Lewandowski.