Jair Bolsonaro sai em defesa do pastor Marco Feliciano e bate-boca com manifestantes na Comissão de Direitos Humanos. Deputado também discutiu com Domingos Dutra (PT); ambos quase chegaram a se agredir fisicamente
Antes mesmo de a primeira sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara começar sob a presidência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), Jair Bolsonaro (PP-RJ) bateu boca com um grupo de manifestantes.
O parlamentar do Rio de Janeiro começou a fazer pouco caso da Comissão da Verdade em voz alta e disse que deveria haver uma comissão da “verdade verdadeira” que incluísse os crimes dos militantes de esquerda. ”Qual dos companheiros matou o Celso Daniel?”, provocou ele.
Em tom de bravata e peitando o grupo contrário à presidência de Feliciano, Bolsonaro perdeu a compostura e disparou: “Se quer queimar a rosca vai queimar, po”, disse, para aplauso de parte dos manifestantes que apoiavam Feliciano.
Assista:
Deputados brigam e quase trocam tapas na Comissão de Direitos Humanos
Um dos momentos mais tensos da sessão de abertura da Comissão de Direitos Humanos por pouco não se transformou numa troca de tapas entre deputados. Jair Bolsonaro (PP-RJ), que já havia batido boca com manifestantes antes do início da sessão, decidiu sentar-se à mesa da presidência, ao lado do presidente Marco Feliciano (PSC-SP).
O gesto foi considerado uma provocação por alguns deputados da comissão, já que Bolsonaro é membro suplente.
Érika Kokay (PT-DF) questionava a legitimidade de Feliciano e se recusava a chamá-lo de presidente, tratando-o apenas como “pastor”. Em resposta, Feliciano cassou a palavra da colega, o que gerou indignação.
Nilmário de Miranda (PT-MG) aproximou-se do presidente e chegou a dar um soco na mesa.
Enquanto isso, Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Domingos Dutra (PT-AC) passaram a bater boca e quase chegaram a se agredir. O tumulto acabou generalizado.
Assista:
Feliciano nega suspensão dos trabalhos
Depois da confusão, alguns deputados da bancada evangélica sugeriram a suspensão dos trabalhos, mas o pedido foi negado por Feliciano. “Não podemos suspender a votação. Tudo o que eles querem é obstruir”, disse.
O líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP), pediu que Feliciano abandonasse a presidência para restaurar a normalidade na comissão, mas não foi atendido. “Essa comissão tem 18 anos e isso nunca aconteceu. O que está acontecendo é a desmoralização da comissão”, criticou.
Apesar dos protesto e do clima tenso, o deputado Marco Feliciano permaneceu calmo e deu prosseguimento à votação de requerimento. Ao todo, foram aprovados, em votação simbólica, sete requerimentos propondo diversas audiências públicas. Ontem (12), a pauta da comissão previa a votação de requerimentos considerados polêmicos, entre eles o plebiscito sobre o casamento civil de pessoas do mesmo sexo e a aplicação de penas para crimes praticados contra heterossexuais.
No final da reunião e cercado por seguranças da Câmara, o pastor Feliciano ironizou os protestos contra ele cantando o trecho de uma música. “É normal isso [o protesto]. [A reunião] foi muito melhor do que esperava. Conseguimos votar todos os requerimentos, com itens que tratam dos direitos do povo, das crianças”, disse Feliciano.
Poder Online e Agência Brasil
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