Jair Bolsonaro agride militantes: "Voltem para o zoológico"
Jair Bolsonaro esbraveja contra manifestantes que protestavam contra a eleição do pastor Marco Feliciano para a Comissão de Direitos Humanos, que é composta por 18 membros, cinco do Partido Social Cristão (PSC) e outros seis são da bancada evangélica
A sessão da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Deputados recomeçou na manhã desta quinta-feira (7/3) restrita apenas para deputados, servidores e imprensa. A comissão tem 18 membros, cinco são do Partido Social Cristão (PSC) e outros seis são da bancada evangélica.
Manifestantes não puderam acompanhar a sessão. Ao chegar, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) discutiu com os manifestantes. “Voltem para o zoológico”, declarou a um grupo de manifestantes.
Marco Feliciano (PSC-SP) chegou à sessão vaiado por manifestantes, que o chamaram de homofóbico e racista. O presidente da Comissão, Domingos Dutra chorou por causa da restrição à entrada de manifestantes e gritou “ditadura”. Deputados do PSC reclamaram da atitude de Dutra, “o senhor envergonha esta Casa”, exclamaram.
Eleição de Marco Feliciano foi marcada por vários protestos
Após dois dias de intenso debate, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara acaba de eleger, por 11 votos, o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) como seu novo presidente. Houve um voto em branco. A votação foi marcada por protestos de parlamentares ligados à defesa dos direitos humanos, que acusam Feliciano de ter dado declarações racistas e homofóbicas.
Presidente do colegiado até esta manhã, Domingos Dutra (PT-MA) declarou, de maneira emocionada, que renunciava ao cargo em protesto contra a “ditadura” imposta pela presidência da Câmara, que impediu a participação de manifestantes durante a reunião desta manhã. A deputada Antônia Lúcia (PSC-AP) foi eleita para a primeira vice-presidência, em votação conduzida pelo mais antigo do colegiado, Costa Ferreira (PSC-MA).
Declarado eleito, Feliciano mencionou o apoio da família sobre as acusações de racismo e homofobia, e fez um relato sobre o dia em que sua esposa, ainda gestante, perdeu o filho depois de “quatro dias na fila do hospital”. “Se eu tivesse praticado o crime de racismo, a primeira pessoa a quem eu teria de pedir desculpa é a minha mãe. Ela não tem a pele negra, mas o cabelo é negro, os olhos são negros, a coração é negro. Como eu também sou”, disse o deputado, que lembrou ter procurado o deputado Jean Wyllys (Psol-SP), um dos principais opositores de sua indicação, para convencê-lo de que é “um cristão moderado”.