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Pastor racista assume Direitos Humanos e se compara a Martin Luther King

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Indicado para presidir Comissão de Direitos Humanos, Pastor Marco Feliciano se compara a Martin Luther King

Pastor Marco Feliciano assume a Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Depois de quase três horas de reunião, o Partido Social Cristão (PSC), sem consenso, indicou Marco Feliciano (SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos. O anúncio foi feito pelo líder da legenda, André Moura (SE), que afirmou ter sido uma decisão de consenso, ainda que alguns deputados emitiram voto em outros nomes, mas foram vencidos.

O pastor Marco Feliciano é conhecido por ataques contra os homossexuais, quando afirmou que a “Aids é um câncer gay” (ver aqui), além de manifestações ofensivas contra negros (ver aqui).

Em entrevista coletiva, Feliciano citou pastor protestante e ativista político americano Martin Luther King como um exemplo igual ao seu.

– Disseram ser da Idade da Pedra ou dos tempos de caça às bruxas a escolha de um pastor para presidir a Comissão de Direitos Humanos. Lembro que o maior defensor dos direitos humanos de todos os tempos foi um pastor: Martin Luther King. Não me comparo a ele, mas era também um cristão – disse Marco Feliciano.

O deputado disse que não é e nunca foi racista e nem homofóbico, mas não negou as frases sobre negros que inseriu em seu Twitter na internet.

Uma petição com quase 65 mil assinaturas exige a imediata destituição do Pastor Marco Feliciano da presidência da Comissão de Direitos Humanos.

– Não neguei o que escrevi e não nego agora. Foi só um post.

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Feliciano voltou a afirmar que a Comissão de Direitos Humanos é monotemática e que dá espaço excessivo para apenas um movimento. Ele evitou de citar, mas se referia aos temas relacionados a gays, lésbicas, transsexuais e outros setores desse movimento.

– Mesmo meu partido sendo conservador e de direita, ninguém será tolido na comissão.

O deputado voltou a afirmar ser contra a união civil do mesmo sexo.

– Casamento civil é entre um homem e uma mulher. E ponto final. É o que diz nossa Constituição. Fora disso, nada existe. Defendo o plebiscito e vou ver em que pé está meu projeto, que estava parado na comissão.

Ele afirmou também que a sociedade conhecerá, “de fato”, quem é Marco Feliciano.

– Vou dignificar a Nação. Sou muito querido dentro do Parlamento. Tive 210 mil votos.

O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), na semana passada, disse que pode não integrar a comissão se confirmada a indicação de Feliciano. E questionou:

Como pode presidir uma comissão de direitos humanos e minorias um deputado que disse que o problema da África negra é “espiritual” porque “os africanos descendem de um ancestral amaldiçoado por Noé”, revivendo uma interpretação distorcida e racista da Bíblia, que já foi usada no passado para justificar a escravidão dos negros?

Chico Alencar (PSOL-RJ), também integrante da comissão, criticou a indicação de Feliciano.

– Essa indicação vai inviabilizar a comissão que é dos direitos humanos. Será a comissão dos valores religiosos, do fundamentalismo e da higienização da raça. Foi uma insensatez do PSC – disse Chico Alencar.

Manifestantes protestam contra Marco Feliciano presidir comissão de Direitos Humanos da Câmara

Um grupo de manifestantes lotou a sala da Comissão de Direitos Humanos na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (6), em protesto contra a indicação do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) para presidência do órgão.

O parlamentar é acusado de dar declarações racistas e homofóbicas à imprensa e nas redes sociais. Os manifestantes alegam que o comportamento de Feliciano contraria o objetivo da comissão de Direitos Humanos, que é defender as minorias.

Além do protesto, a primeira reunião foi marcada pelo debate entre deputados que também querem a indicação de outro parlamentar para o cargo.

Agências

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