Luis Soares
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Direita 16/Abr/2013 às 14:40 COMENTÁRIOS
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Morador de rua depõe contra neonazista: "eu estava prestes a desmaiar"

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 16 Abr, 2013 às 14h40

Catador enforcado em imagem polêmica depõe contra neonazista, que pode pegar 24 anos de prisão. Com depoimento da vítima, suspeitos serão investigados por crime de tortura. Donato e seu comparsa ainda são suspeitos de corrupção de menor

A Polícia Civil ouviu o catador de material reciclável Luiz Célio Damásio, 42, que foi agredido pelo neonazista Antônio Donato Baudson Peret (veja aqui), 25, na praça da Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Donato foi preso anteontem pela Polícia Civil, em Americana (SP). Outros dois neonazistas foram detidos em Belo Horizonte, também no último domingo: Marcus Vinícius Garcia Cunha, 26, e João Matheus Vetter de Moura, 20. Donato chegou, ontem, a Belo Horizonte e será apresentado pela polícia na manhã de hoje.

donato neonazista preso

Donato foi preso em operação da polícia civil de Minas Gerais (Foto: Divulgação)

Segundo o catador, o crime ocorreu no dia 5 de abril, quando ele estava com seu carrinho, na rua Pernambuco com Cristovão Colombo, na Savassi. Damásio explicou que Donato começou a insultá-lo dizendo que ele estava usando drogas. Em seguida, o neonazista, que estava acompanhado de Marcus Cunha, o encurralou, e, para se defender, o próprio catador tirou uma corrente do carrinho. Donato, então, tomou o objeto dele e o usou para enforcá-lo.

Damásio contou que estava prestes a desmaiar quando uma terceira pessoa – que ele disse não lembrar quem – interviu, e Donato o soltou. Ele disse que durante a agressão, Marcos Cunha fez a foto que foi divulgada por Antonio Donato no Facebook, o que provocou o início da investigação policial. Ao lado da imagem, Donato justificou a agressão dizendo que Luiz estaria fumando crack. O catador de material reciclável disse que não usa drogas.

Com a identificação da vítima da agressão, Donato também será investigado pelo crime de lesão corporal e tortura. Essas investigações ficarão a cargo da 1ª Delegacia-Sul. Já na Delegacia de Crimes Cibernéticos, Donato e os outros dois neonazistas presos ainda são investigados pelos delitos de incitação ao crime, apologia ao nazismo e ao racismo e formação de quadrilha.

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Donato e Cunha ainda são suspeitos de corrupção de menor, por divulgarem fotos com material nazista ao lado de um garoto de 5 anos, que é filho de Cunha.

Somando as penas máximas dos crimes pelos quais Donato é investigado, ele pode ser condenado a 24 anos e seis meses de prisão. No caso de Marcus Cunha, a pena máxima pode chegar a 15 anos e seis meses, e a de Vetter, a 11 anos e seis meses de prisão.

com Jornal O Tempo

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