Neonazista preso após postar foto de agressão a negro apanha dentro da cadeia. A informação foi confirmada pela Subsecretaria de Administração Prisional
O neonazista preso no interior de São Paulo, que é suspeito de agredir gays e negros em Belo Horizonte, apanhou de detentos no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) São Cristóvão. A informação foi confirmada pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi). Antônio Donato Baudson Peret, de 25 anos, levou pelo menos um soco no rosto.
Ele foi apresentado pela Polícia Civil, na manhã desta nesta terça-feira (16), junto com outros dois integrantes de um grupo de neonazistas investigado pela Delegacia Especializada de Investigações de Crimes Cibernéticos. Donato apareceu com um curativo na bochecha e alguns hematomas. Marcus Vinícius Garcia Cunha, de 26 anos, e João Matheus Vetter de Moura, de 20, que foram detidos na Capital mineira, são amigos do jovem que ficou conhecido após postar uma foto no Facebook na qual aparecia agredindo um morador de rua negro.
A vítima já foi identificada e ouvida pela polícia. O catador de material reciclável Luiz Célio Damásio, de 42 anos, disse que estava na praça da Savassi quando foi abordado pelo neonazista. Ele afirmou que foi encurralado por um grupo que estava com Donato e pegou uma corrente para se defender. Neste momento, o jovem preso pela polícia teria tomado o objeto à força e tentou enforcá-lo, sendo impedido por uma pessoa que passava pelo local e presenciou a agressão.
Marcus Cunha chegou a dar uma entrevista para o jornal O Tempo, após a repercussão do caso, afirmando que a foto polêmica era, na verdade, uma brincadeira. A polícia acredita que ele tenha registrado a cena. A imagem foi postada em um antigo perfil de Donato que foi deletado.
A polícia acredita que o grupo usava redes sociais para mobilizar os integrantes que são suspeitos de diversas agressões e ameaças contra hippies, homossexuais, moradores de rua e negros. Donato responde a, pelo menos, duas acusações de lesão corporal. Ele se negou a falar durante a apresentação, assim como João Matheus. Os dois estão presos preventivamente e devem permanecer detidos até decisão da Justiça.
Já Marcus Cunha negou participar do grupo, afirmando que é apenas um “patriota” e que respeita negros e homossexuais. O mandado de prisão contra ele prevê detenção temporária de no mínimo 30 dias e máximo de 60.
O trio é investigado pelos delitos de incitação ao crime, apologia ao nazismo e ao racismo, além de formação de quadrilha. Já Donato também responde pela agressão ao catador.