Machado de Assis e Eça de Queiroz: numa crítica e numa dedicatória o romancista brasileiro mostrou o que pensava do rival português
Paulo Nogueira, em seu blog
Numa crítica e numa dedicatória o romancista brasileiro mostrou o que pensava do rival português
MACHADO E EÇA. Os dois maiores romancistas da língua portuguesa, com uma certa folga. Dom Casmurro e Os Maias estão na lista curta dos maiores romances da literatura mundial.
Foram contemporâneos. Machado tinha uma implicância com Eça. Ela se mostra em dois momentos absolutamente machadianos.
O primeiro é uma crítica que Machado escreve de Primo Basílio, um dos clássicos de Eça. Nele Luiza, infeliz no casamento, é seduzida pelo Conde Vronsky luso, o seu primo Basílio do título. Depois, é chantageada selvagemente pela empregada. A única lição que se extrai do romance, segundo Machado, é que a “boa vontade dos fâmulos” é fundamental para a paz no adultério.
Fâmulos, como todos sabemos, são empregados.
A segunda bala de Machado aparece na dedicatória a Eça de um livro seu. É a dedicatória mais curta, e mais reveladora, da história: “De Machado de Assis para Eça de Queiroz.”
A jovens jornalistas sempre recomendei que lessem ambos, pedagogicamente, com anotações, para que aprimorassem sua redação.
Só escreve bem quem lê bem.