Insetos podem ajudar a combater a fome, diz ONU. Pesquisa estima que 2 bilhões de pessoas no planeta já complementam suas dietas com insetos
A última arma das Nações Unidas na luta contra a fome, o aquecimento global e a poluição pode estar voando perto de você. Os insetos comestíveis estão sendo promovidos como uma opção com pouca gordura e rica em proteínas para pessoas, animais de estimação e rebanhos. Segundo a ONU, eles têm benefícios extras: reduzem as emissões de gases causadores do efeito estufa e a poluição causadas pelas criações tradicionais, geram empregos em países em desenvolvimento e alimentam milhões de pessoas pelo mundo.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) divulgou um relatório, nesta segunda-feira, discutindo o potencial dos insetos comestíveis. Segundo a FAO, dois bilhões de pessoas têm nos insetos parte de sua dieta, sobretudo na Ásia, na África e na América Latina.
Alguns insetos, aliás, podem já estar em sua comida: há uma crescente demanda por corantes naturais para os alimentos, em detrimento dos artificiais, segundo especialistas da agência. O corante vermelho produzido pela cochonilha, um inseto geralmente exportado pelo Peru, já presente em um aperitivo italiano da moda e em uma marca popular internacionalmente de iogurte de morango. Muitas companhias farmacêuticas usam corantes de insetos em seus comprimidos.
Cientistas concluíram que formigas vermelhas, pequenos gafanhotos e alguns besouros que vivem perto d’água têm proteína suficiente para se comparar à carne magra, porém com menos gordura por grama. Os insetos também são ricos em minerais como ferro, magnésio, fósforo, selênio e zinco.
-
Os bilionários e a fome mundial: rios de dinheiro e oceano de tristeza
-
Família alemã vive praticamente sem usar dinheiro há 3 anos
-
Conheça 7 motivos para detestar o McDonald’s
Besouros e lagartas são os mais comuns entre os 1.900 tipos de inseto que podem ser consumidos. Outros são abelhas, vespas, gafanhotos e grilos, e os menos populares são o cupim e a mosca, segundo o relatório da ONU.
Na África, há fazendas de criação de insetos para a alimentação, geralmente pequenas. Mas especialistas dizem que, como os insetos podem sobreviver em diferentes locais, de desertos a montanhas, há um grande potencial para o setor. Atualmente, a maioria dos insetos comestíveis se encontra em florestas.
Valor Econômico, com Associated Press