Menina de 9 anos coloca CEO global do McDonald's na parede. Questionamentos sobre cardápio voltam à baila em um momento em que a rede de fast food precisa associar suas ofertas a um conceito mais saudável
O CEO global do McDonald’s, Dan Thompson, foi questionado sobre a falta de nutrientes no cardápio da rede e acabou enfrentando uma saia justa no encontro anual de investidores da companhia, nos Estados Unidos.
Quem o colocou na parede foi Hannah Robertson, uma criança de nove anos. Levada ao evento pela mãe Kia, ativista da nutrição infantil saudável, Hannah não titubeou ao ganhar a palavra, como apontou o USA Today.
“Existem coisas na vida que não são justas, como quando seu bichinho de estimação morre”, disse. “Não acho justo que grandes companhias tentem induzir as crianças a comer alimentos. Não é justo que tantas crianças da minha idade estejam ficando doentes”, afirmou, fazendo referência às campanhas de marketing do McDonald’s voltadas para o público infantil.
Hannah continuou: “Senhor Thompson, você não quer que as crianças sejam saudáveis para viverem uma vida longa e saudável?“.
Há menos de um ano no cargo, o executivo respondeu que a companhia não vendia “junk food”, acrescentando que seus filhos também comiam na rede. Além de afirmar que assim como outros pais, ele também supervisionava a alimentação dos pequenos, incluindo frutas e vegetais na dieta da família, Thompson pontuou que o próprio McDonald’s ofertava esses alimentos em seu menu.
Thompson terminou o discurso agradecendo a Hannah pela pergunta.
Menos hamburguer no prato
O episódio expõe um dos embates enfrentados pela empresa para crescer nos dias de hoje: a crescente resistência da chamada geração Millenium às redes de fast food e seus lanches calóricos.
Recentemente, a rede passou a oferecer wraps de frango e smoothies de frutas como forma de conferir uma cara mais saudável ao cardápio. Antes disso, o McDonald’s já havia incorporado frutas como opção para o McLanche Feliz, bem como saladas no lugar das tradicionais batatas fritas como acompanhamento.
No primeiro trimestre do ano, a rede viu as vendas globais caírem 1%, com o lucro operacional ficando estacionado em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 1,9 bilhões de dólares ganhos no período.
A conta não leva em consideração as receitas obtidas pelo McDonald’s na América Latina e Caribe. A Arcos Dourados é a maior operadora da rede nesses locais – mas também não registrou um bom resultado no balanço de janeiro a março.
Apesar de a receita ter aumentado 6,6%, para 976,9 milhões de dólares, a última linha do balanço veio no vermelho em 6,6 milhões de dólares, contra resultado positivo de 25,4 milhões de dólares obtido em 2012. Segundo a companhia, o resultado foi impactado pelo “menor resultado operacional e custos não-operacionais mais elevados relacionados com a desvalorização oficial na Venezuela”.
Leia também:
Exemplar: UNICEF confirma Cuba como única nação da América Latina sem desnutrição infantil
Quem vai impedir que 780 mil crianças morram de fome na Somália?
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook