Resposta a Terra e El País: Brasil não desistiu dos médicos cubanos
El Pais e Portal Terra distorcem frase de ministro sobre médicos cubanos e causam polêmica. Suposta desistência estava gerando protestos nas redes sociais e sendo encarada por alguns como uma vitória do preconceito ideológico contra Cuba
Matéria publicada ontem pelo Terra e repercutida no El Pais anunciava que o ministro Padilha teria afirmado que o Brasil receberá mais médicos estrangeiros, mas dará preferências a países como Espanha e Portugal, cuja formação seria mais próxima a dos brasileiros.
Em contraponto, o ministro da Saúde teria dito que os médicos de Cuba e do Irã teriam tempo de formação não reconhecido no país. O Ministério da Saúde informa que Padilha se referiu apenas a Elam (Escola Latino-Americana de Medicina), em Cuba.
A frase dita pelo ministro e transcrita pela assessoria do ministro, diferente do que informava o Terra e o El Pais, foi a seguinte: “Descartamos buscar trazer médicos formados em universidades cujo tempo de formação não é reconhecida no próprio país, ou seja, não autoriza exercer medicina no próprio país. Um exemplo que acontece em Cuba, a Elam, ela tem um período de formação de quatro anos para programas internacionais e, depois o estudante tem que continuar fazendo internatos, estágios em Cuba pra poder depois atuar em Cuba, então, nós descartamos qualquer política de atração de profissionais médicos que sejam formados em universidades cuja formação não autoriza atuar no próprio país, isso também já foi descartado”.
Padilha também teria recomendado aos municípios brasileiros que vão receber esses médicos, que lhes deem as condições adequadas para realização de um bom trabalho, algo que os médicos brasileiros alegam ser um dos motivos para não aceitarem trabalhar em alguns lugares.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que “estuda as experiências de outros países para atração de médicos estrangeiros diante da dificuldade apresentada pelos prefeitos de contratar profissionais para trabalharem no interior e periferias de grandes cidades. Embora não exista definição sobre que modelo será adotado pelo Brasil, algumas possibilidades estão descartadas: a contratação de médicos de países cujo índice de profissionais é menor que o do Brasil; a validação automática de diplomas; além disso, só serão atraídos profissionais formados em instituições de ensino autorizadas e reconhecidas por seus países de origem. Dessa forma, exclui-se, por exemplo, médicos da Bolívia e do Paraguai, devido ao baixo índice de médicos por habitante, e da faculdade Escuela Latinoamericana de Medicina de Cuba (Elam), cujo tempo de formação não é reconhecido no próprio país”.
O suposto recuo estava gerando protestos nas plataformas de rede social e estava sendo visto por militantes de esquerda como uma vitória do preconceito ideológico contra Cuba. A medicina cubana é reconhecida mundialmente como de boa qualidade.