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Manifestantes pediram a volta da ditadura e queimaram bandeiras

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Membros de partidos foram hostilizados nos protestos de ontem. Agressores eram carecas, musculosos e extremamente violentos. Bandeiras de partidos foram rasgadas e queimadas, mas faixas pedindo o retorno da ditadura permitidas

Acuados e muito assustados, membros de partidos tiveram de se agrupar e fazer uma espécie de cordão de isolamento para evitar espancamento (Foto: Andrei Indio / Facebook)

Partidários do PSTU, PC do B, PCR, PSOL e PT foram hostilizados durante protesto na avenida Paulista em São Paulo, nesta quinta-feira, 20.

Os militantes petistas foram os que mais sofreram ataques durante a manifestação. Alguns dos manifestantes anti-partidos eram pessoas que se diziam indignadas com a corrupção, inflação ou simplesmente com o fato de partidos tentarem participar de um protesto público.

Um outro grupo, no entanto, tinha o objetivo claro de provocar, agredir e ameaçar os membros de partidos. Alguns eram carecas, musculosos e extremamente agressivos. Um homem usando máscara e capacete de motociclista chegou a sacar um cassetete. Outro portava um taco de hóquei.

“Não existe revolução sem violência. Na revolução francesa teve, na revolução de 1964 também teve”, dizia um dos carecas.

Os integrantes da juventude petista se concentraram na avenida Angélica e só desenrolaram suas bandeiras na Paulista aos gritos de “democracia”. Na altura da rua Augusta os petistas passaram a ser perseguidos por um grupo de jovens musculosos, alguns carecas, que não fizeram outra coisa durante todo o ato além der provocar os militantes.

Foi preciso fazer um cordão humano na retaguarda para evitar brigas. Aos poucos as bandeiras do PT foram ficando escassas. Os manifestantes hostis furavam o cerco e tomavam os panos vermelhos com violência, algumas delas das mãos de mulheres. As bandeiras eram queimadas e rasgadas no meio da avenida.

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Enquanto isso, alguns manifestantes carregavam tranquilamente uma faixa pedindo a volta da ditadura militar. Quem tentava fotografá-los era ameaçado.

Um senhor de 73 anos que se identificou apenas como capitão reformado da Marinha, xingava os petistas com um cartaz pedindo a prisão dos mensaleiros. “Participei da Marcha com Deus pela Família em 1964”, disse ao portal IG.

A Marcha com Deus pela Família promovida pela Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) serviu como apoio para o golpe militar de 1964 que mergulhou o Brasil em mais de 20 anos de ditadura militar.

Visivelmente assustados, os petistas aceleravam o passo rumo ao fim do protesto. “Já estamos chegando no final”, disse aliviado Danilo de Camargo, integrante da Comissão de Ética do PT de São Paulo.

Pouco depois da esquina com a alameda Campinas, no entanto, os petistas ficaram encurralados. A linha de frente do protesto parou, impedindo a evolução. Uma banca de jornal impedia a saída pela direita e os manifestantes hostis cercaram a retaguarda e o flanco esquerdo.

A agressividade aumentou. Alguns petistas se misturaram entre militantes do PSTU e PCO, adversários políticos que marchavam na frente. Outro grupo conseguiu abrir uma brecha depois da banca de jornais e saiu as pressas. Um manifestante jogou uma bomba de fabricação caseira no meio dos militantes partidários abrindo um clarão na multidão. Os manifestantes se aproximaram e houve briga corporal. Enquanto isso um militante surgiu por trás e bateu com um cabo de bandeira na cabeça do advogado Guilherme Nascimento, 26 anos, careca e musculoso, que deixou a manifestação com o rosto ensanguentado em uma viatura da Polícia Militar reclamando:“levei uma paulada do PT”.

Pragmatismo Politico, com portal IG

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