Redação Pragmatismo
Homofobia 30/Jun/2013 às 12:17 COMENTÁRIOS
Homofobia

Pesquisa revela países mais homofóbicos do mundo

Publicado em 30 Jun, 2013 às 12h17

Pesquisa mostra quais são os países mais homofóbicos do mundo. Nações africanas e de maioria muçulmana seriam menos tolerantes a homossexuais

Um estudo feito pelo PRC (Pew Research Center) mostrou os níveis de homofobia de 39 países do mundo. O centro pediu a pessoas desses locais que respondessem à pergunta “A sociedade deveria aceitar a homossexualidade?”. Os entrevistados podiam responder afirmativa ou negativamente ou escolher não dizer nada.

A pesquisa mostrou que os países muçulmanos e da África subsaariana são os menos tolerantes, ao passo que os ocidentais aceitam melhor a homossexualidade, sendo Espanha e Alemanha as primeiras da lista nesse quesito.

Entretanto, o jornal The Washington Post faz ressalvas quanto à confiabilidade dos dados. De acordo com eles, um fator que deve ser considerado quando se analisam os números é o “efeito do politicamente correto”, que “forçaria” pessoas a mentirem sobre sua verdadeira opinião, por medo de que ela fosse considerada homofóbica.

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Infográfico feito por The Washington Post. Os países em vermelho são os menos tolerantes, enquanto os azuis são os mais tolerantes

Outro ponto importante seria a definição da homossexualidade. “Aceitar homossexuais” pode não significar a mesma coisa em Uganda e no Canadá, por exemplo. No Senegal, onde 3% das pessoas responderam que a sociedade deveria aceitar a homossexualidade, a pena de morte para gays foi abolida recentemente. Nesta semana, o presidente Macky Sall declarou que não apoia a discriminação contra homossexuais, mas que o país não está pronto para descriminalizar a prática da homossexualidade, o que ele considera diferente de homofobia.

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A África, aliás, é descrita na matéria do jornal norte-americano como “quase uniformemente anti-gay”. Por todo o continente, os resultados afirmativos à pergunta do PRC ficaram abaixo de 10%, sendo a Nigéria o único país da pesquisa em que apenas 1% das pessoas respondeu “sim”. A África do Sul, que tem tradição em lutas a favor do movimento gay, foi a exceção, com um ainda baixo índice de 32% de respostas afirmativas.

Já nos países de maioria muçulmana que participaram da pesquisa, também menos de 10% das pessoas entrevistadas responderam a favor da aceitação da homossexualidade. Dessa vez, a exceção foi o Líbano: 18% das pessoas disseram que a sociedade deveria ser tolerante. No Paquistão e na Tunísia, esse número foi de apenas 2%.

Por outro lado, os países europeus, anglófonos e latinos são apontados como os que mais aceitam a homossexualidade. Fora desse núcleo, apenas as Filipinas apresentaram um índice de mais de 50% de aprovação à tolerância.

A Rússia, entretanto, tem um índice mais baixo do que o do Líbano, de apenas 16%. Recentemente, a Câmara dos Deputados russa proibiu a adoção de crianças por casais gays e uma lei que proíbe propaganda homossexual entre menores de idade foi aprovada.

Já nos Estados Unidos, 60% das pessoas acham que a sociedade deve aceitar a homossexualidade, número que fica abaixo da média dos países ocidentais. O estudo foi publicado no dia 5 de junho, antes de a Suprema Corte norte-americana derrubar a DOMA, lei contra benefícios a casais gays.

Religiosidade e aceitação

O PRC liberou também um gráfico correlacionando o nível de religiosidade do país e a aceitação da homossexualidade. “O estudo também constata que a aceitação da homossexualidade é particularmente difundida nos países em que a religião ocupa um papel menos central nas vidas das pessoas”, diz o informe, que acrescenta que esses países “estão entre os mais ricos do mundo”.

A relação entre riqueza e aceitação seria que, nos países mais ricos, as pessoas recebem uma educação melhor e, consequentemente, são mais tolerantes.

Esses dados também têm exceções, no entanto. A China, país declaradamente ateu, não é muito tolerante com homossexuais, ao passo que as Filipinas, país “devotamente católico”, têm alta aceitação da homossexualidade. A Rússia, como já foi citado, seria o terceiro exemplo.

Opera Mundi

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