Luis Soares
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Racismo não 17/Jul/2013 às 14:24 COMENTÁRIOS
Racismo não

Carta aberta a George Zimmerman, assassino de um jovem negro

Luis Soares Luis Soares
Publicado em 17 Jul, 2013 às 14h24

“Aposto que você nunca pensou que, ao disparar num homem negro, acabaria herdando todas as suas batalhas”

Em meio à indignação geral nos Estados Unidos e no mundo pela absolvição de George Zimmerman, surgiu nas redes sociais uma comovente carta que se difundiu rapidamente entre os indignados com o caso.

jovem negro assassinado eua

Carta aberta a George Zimmerman, publicada nas redes sociais (Tradução – abaixo)

George Zimmerman trabalhava como vigia na cidade de Sanford, no estado da Flórida. Em fevereiro de 2012, ao abordar o jovem negro Trayvon Martin, de 17 anos, Zimmerman disparou e terminou com a vida do estudante, que estava desarmado.

Neste fim de semana, a Justiça dos Estados Unidos absolveu Zimmerman, por considerar que sua ação foi em legítima defesa. A resolução se deu através de um juri, conformado por seis mulheres brancas, que decidiram de forma unânime. Organizações de direitos humanos afirmam que a acusação não levou em conta a questão racial durante o julgamento, o que favoreceu a absolvição. Em pronunciamento oficial, Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, pediu que se respeitasse a decisão da Justiça.

Entre as muitas manifestações que ganharam as ruas estadunidenses e inundaram as redes sociais, ganhou destaque a de Alex Fraser, um cidadã0 afroamericano, que publicou uma carta dirigida a Zimmerman em sua conta no Facebook, na que denuncia o que significa ser negro nos Estados Unidos.

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A carta diz o seguinte:

Querido George Zimmerman,

Pelo resto da sua vida, você sentirá o que é ser um homem negro nos EUA.

LEIA TAMBÉM: CASO GEORGE ZIMMERMAN, OBAMA SE CURVOU À ELITE BRANCA

Sentirá que as pessoas ficam olhando para você. Estarão te julgando por coisas que você considera injustas. Você perderá a oportunidade de conseguir certos trabalhos por motivos que estão fora do seu controle. Você pode se achar um cidadão honrado, mas se perguntará por quê as pessoas preferem prejulgá-lo.

Alguns cruzarão para a outra calçada ao ver você. Alguns te insultarão. Em dias que a raiva for muito forte, você vai querer gritar com o mais profundo da sua alma. Mas, no dia seguinte, terá que levantar da cama, manter-se firme e seguir adiante.

Aposto que você nunca pensou que, ao disparar num homem negro, acabaria herdando todas as suas batalhas.

Desfruta a sua “liberdade”.

Atenciosamente,

Um homem negro que poderia ser Trayvon Martin.

Victor Farinelli, em Maria Frô

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