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Caso Tayná: 14 anos, misteriosamente assassinada

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Quatro funcionários de um parque confessaram o estupro e assassinato, mas o DNA do sêmen encontrado na menina não batia com o de nenhum deles. Há sinais de que os 4 acusados foram barbaramente torturados. Toda a armação visou livrar o verdadeiro assassino

O verdadeiro assassino da menina Tayná ainda não foi encontrado. Acusados foram espancados e obrigados a confessar crime. Não há provas contra eles. (Foto: Arquivo pessoal)

Um caso escabroso mexe com a cúpula da Secretaria de Segurança do Paraná.

Uma menina de 14 anos, Tayná, foi assassinada. Ela estaria grávida. Foram presos quatro funcionários de um parque de diversões, que confessaram estupro e assassinato. Quando o laudo criminal ficou pronto constatou-se que a menina não havia sido violentada e sua morte ocorre após a prisão dos quatro suspeitos. O DNA do semên encontrado na menina não batia com o de nenhum dos quatro acusados.

Há sinais de que os quatro foram barbaramente torturados. Toda a armação visou livrar o verdadeiro assassino.

O caso foi desvendado pela jornalista Joice Hasselmann.

Por Blog da Joice

Os detalhes da reunião da cúpula da segurança sobre o caso Tayná

Uma das decisões é a de pedir o grampo telefônico desta colunista para descobrir como tive acesso as informações sigilosas do caso e ao laudo

Hoje teve reunião de emergência sobre o caso Tayná. Começou às 10h e se estendeu até a tarde. Depois de muito bater boca e aos berros as turmas dos delegados e investigadores, do Instituto de Criminalística, da cúpula da Sesp e do Ministério Público decidiram:

1 – Manter, enquanto conseguirem, a versão do estupro de Tayná, mesmo com todos os indícios, uma perícia e um laudo provando que o sêmen encontrado nas roupas íntimas da menina não pertence a nenhum dos presos e mesmo sem qualquer tipo de lesão no corpo da menina.

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2 – Pedir o grampo do telefone desta colunista (de novo?). A tentativa é de descobrir como tive acesso as informações sigilosas do caso e ao laudo.

3– Abrir Inquérito com ajuda do MP para apurar o vazamento do laudo e das novas informações que desmontam a tese de estupro da menina Tayna.

4 – Varredura do computador do Instituto de Criminalística.

5 – Pedir a contraprova do exame de DNA. Em determinado momento um dos integrantes da reunião chegou a sugerir que a contraprova “viesse” com resultado inconclusivo. Claro que tal sugestão foi ofensiva para os profissionais empenhados em descobrir a verdade, tanto da polícia quando do Instituto de Criminalística. Mas ficou de alerta.

6– Suspender as férias do delegado de Colombo que terá que retornar imediatamente ao trabalho.

7– Investigação de duas figuras, que ao que tudo indica, podem estar envolvidas no caso.

Saiba os detalhes da reunião

Os delegados envolvidos na investigação do caso Tayná se reuniram hoje com os peritos, legistas e integrantes da alta cúpula de Segurança Pública e um promotor para discutir as linhas que devem ser adotadas a partir de agora na investigação do caso Tayná.

A reunião foi convocada depois da conclusão do laudo, que apontou que o material genético do sêmen encontrado nas roupas íntimas da menina era incompatível com o DNA dos quatro homens presos acusados de estuprar e matar Tayná.

As informações do laudo foram divulgadas com exclusividade por esta colunista, o que gerou uma reviravolta no caso, até agora sustentado com base no inquérito e no estupro seguido de morte. Na reunião de hoje um intenso bate boca entre delegados, investigadores e peritos. Os peritos sabem que Tayná não foi violentada e mesmo com todas as informações que desmontam a tese do estupro e mais o laudo apontando que o sêmen que estava em Tayná não pertence a nenhum dos acusados a versão será mantida por enquanto. A pergunta é: por que? Alguém matou a menina. O homicídio é um crime bárbaro não precisaria de mais horror nisso. Então a quem isso interessa?

A perita, Jussara Joeckel permanece reafirmando que jamais houve a violência sexual. O Delegado de Colombo, Silvan Pereira, foi convocado a interromper as férias e voltar imediatamente às atividades. E em meio aos gritos e ao bate boca da reunião, uma sugestão chamou a atenção: um integrante da Polícia Civil questionou: “será que na contra-prova nós não conseguimos um laudo com resultado inconclusivo?”. A sugestão chocou integrantes do Instituto de Criminalística, mas de qualquer forma, serve como um aviso. Obviamente, o responsável pelo Instituto de Criminalística, Dr. Leon Grupenmacher, que é um homem absolutamente sério, jamais permitiria qualquer tentativa de manipulação.

Outro detalhe da reunião foi a decisão da abertura de um Inquérito para investigar como houve o vazamento do laudo e das informações que essa colunista teve acesso. Depoimentos e grampo telefônico fazem parte do pacote. Vamos lá. Vem aí mais um grampo, mas já aviso que não cedo a pressões, sou jornalista, conheço a Constituição e um grampo a mais ou um a menos não fará a menor diferença, a não ser pelo fato de esse ser legal, pelo menos é o que eu espero.

Quanto ao resto, ao invés de todos esses homens qualificados e preparados estarem tão preocupados com o autor do vazamento sugiro que se preocupem com a investigação de fato. A polícia do Paraná é sim extremamente qualificada, mas também pode errar. A questão é permanecer no erro e correr o risco de cometer uma injustiça. E mais. Se houve erro o mais prudente e decente é admitir e imediatamente traçar outra linha de investigação.

O fato é que Tayná não foi estuprada, então como os acusados teriam confessado? Sob que “argumentos” ? E de quem é o sêmen encontrado na menina? Quem é o quinto elemento? Talvez o quinto e o sexto? E quem de fato participou a morte de Tayná? Que relações estão por trás disso?

O resultado de uma investigação não pode ser pautado na vontade de um grupo de que esse ou aquele seja o culpado. Se um laudo de DNA é uma prova questionável, então no que podemos confiar?

São muitos por quês. A boa polícia do PR precisa dar uma resposta urgente. Precisamos saber quem é culpado do que e inocente do que nessa história.

Há uma adolescente morta e aqui não se trata de defender a honra de fulano ou de Cicrano, mas de toda uma corporação. Descobrir a verdade é defender a honra da polícia.

Relembre o caso exclusivo publicado ontem

Exclusivo: Reviravolta no caso Tayná. Sêmen encontrado na menina não é de nenhum dos acusados

O caso Tayná, um dos crimes que mais chamaram a atenção e comoveram a população do Paraná nos últimos dias teve uma reviravolta.

A menina de 14 anos teria sido repetidas vezes estuprada por um bando de 4 homens, funcionários de um parque de diversões em Colombo na Região Metropolitana de Curitiba e depois assassinada com um cadarço. Ocorre que a versão passa a ser questionada e agora com documentos. O laudo do Instituto de Criminalística, que acaba de ficar pronto prova que o sêmen encontrado na calcinha da menina não é de nenhum dos 4 homens presos acusados de estupro e homicídio. As informações são exclusivas dessa colunista.

Eles chegaram, segundo a polícia, a confessar o crime, inclusive o estupro, dando detalhes de como praticaram a violência. A perita Jussara Joeckel já havia dito logo no início da investigação que a menina não teria sido estuprada. Tayná, não apresentava lesões características de estupro, não tinha hematomas, mesmo tendo a pele bastante clara, nem restos de pele sob a unha, nem sinais qualquer sinal de luta ou de agressão. A menina estava perfeitamente vestida e com o coturno amarrado em um dos pés (que assassino colocaria as roupas na menina depois de violentar e matar e ainda amarraria os sapatos?). O outro cadarço foi tirado para estrangular a adolescente. Segundo a primeira perícia a menina teria sido morta horas depois que os 4 homens foram presos. Ainda assim a Polícia Civil manteve a versão do estupro praticado pelos 4 e agora tem muito o que explicar.

– Por que mesmo com todos os indícios houve tanta pressa em apresentar uma versão que já havia sido questionada até mesmo por uma perita?

– Por que a coletiva dada na sexta-feira foi mantida para reafirmar detalhes do crime mesmo com tantas dúvidas?

– Existe a possibilidade de a menina ter sido assassinada depois que os 4 foram presos? Se sim, há um assassino solto.

– Estariam os 4 presos protegendo um quinto elemento? E por que? E quem seria o outro envolvido ou os outros envolvidos no caso?

– De quem é o sêmen encontrado na calcinha da garota?

Com a palavra a Polícia Civil a começar pelo delegado de Colombo.

Atualização: delegados são afastados e Guilherme Rangel assume o caso

O Delegado do Núcleo Metropolitano da Denarc, Guilherme Rangel, é quem vai cuidar do caso Tayná. Segundo ele, todos os boatos levantados até o momento, inclusive de que a menina de 14 anos estaria grávida do dono do Parque de Diversões serão levados em consideração na avaliação do caso.

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