Categories: EUA

CIA admite que participou de golpe no Irã em 1953

Share

CIA reconhece participação no golpe de Estado no Irã em 1953. Com interesse no petróleo, manobra militar tirou do poder o então primeiro-ministro Mohammed Mossadeq

A CIA reconheceu pela primeira vez oficialmente sua participação no golpe de Estado no Irã em 1953. Documentos divulgados nesta terça-feira (20/08) pelo Arquivo Nacional da Universidade George Washington mostram ações políticas e militares dos EUA na deposição do então primeiro-ministro iraniano Mohammed Mossadeq. A medida foi tomada com interesses econômicos na indústria do petróleo no Oriente Médio.

Em inglês, documentos descrevem tecnicamente operação para devolver o poder ao xá Mohamed Reza Pahlevi (Foto: Divulgação twitter @elmundo)

São mais de 30 documentos que comprovam a articulação de Washington e Reino Unido contra a intenção iraniana de nacionalizar as petrolíferas iranianas. “O golpe militar que derrubou Mohammed Mossadeq e o governo da Frente Nacional foi realizado sob direção da CIA como um ato de política externa norte-americana”, dizem os documentos mencionados pelo Arquivo de Segurança Nacional.

Operação TPJAX

Outros arquivos revelados pela Universidade George Washington também apontam que a CIA participou, com ajuda da Inteligência britânica, na manobra política que devolveu o poder monarca no Irã a Mohamed Reza Pahlevi, último xá da Pérsia, após a deposição de Mossadeq.

Segundo o diretor do Arquivo Nacional, em entrevista ao jornal El Mundo, Malcolm Byrne, atualmente já não há necessidade de manter os arquivos em sigilo. “Não há razões para guardar segredo de um episódio tão crítico do nosso passado recente. O que foi feito é amplamente conhecido por qualquer estudante no Irã. Suprimir os detalhes apenas distorcem a história e aumenta a criação de mitos”, disse Malcolm.

Leia também

Tanto Barack Obama quanto Bill Clinton já confirmaram no passado as missões secretas da Inteligência norte-americana em agosto de 1953 para devolver o poder ao xá Pahlevi, depondo o então mandatário Mohammed Mossadeq.

Opera Mundi