Militar norte-americano que matou 13 pessoas em base é condenado à morte. Nidal Malik Hassan admitiu o crime e foi responsável pela própria defesa, sem apresentar testemunhas a seu favor
Um júri militar sentenciou nesta quarta-feira (28/08) à pena de morte o comandante norte-americano Nidal Malik Hassan, autor confesso do massacre de 13 pessoas na base de Fort Hood (Texas) em 2009.
Na semana passada, um júri declarou Hassan culpado das 45 acusações que pesavam sobre ele pelo tiroteio, no qual feriu também 32 pessoas, no maior ataque mortal em uma base militar da história dos Estados Unidos.
A sentença foi estipulada por unanimidade por um júri militar de 13 membros. Uma só opinião dissidente teria livrado Hassan da pena de morte e o teria condenado à prisão perpétua.
Hassan foi considerado culpado na sexta-feira passada das 13 acusações de homicídio premeditado e as 32 de tentativa de assassinato por um tiroteio que esteve motivado por seu islamismo radical.
O acusado rejeitou assessoria legal e decidiu defender a si mesmo durante o julgamento marcial que durou 22 dias, sem que Hassan apresentasse testemunhas a seu favor ou atenuantes para salvar-se da condenação à morte.
O condenado não quis também realizar uma alegação final ou testemunho pessoal algum. No começo do julgamento, Hassan se limitou a dizer que decidiu “mudar de lado” no que considerou a guerra dos Estados Unidos contra o islã.
A procuradoria militar interrogou mais de uma centena de testemunhas, entre elas sobreviventes do tiroteio, que narraram como Hassan começou a disparar contra os soldados que estavam nas instalações de Fort Hood aos gritos de “Alá é grande”. Após disparar mais de 200 tiros, Hassan foi rendido por outros militares.
Hassan, que também seria enviada ao Afeganistão, planejou o ataque metodicamente, enquanto consultou informação sobre a jihad e inclusive chegou a entrar em contato com o imã americano-iemenita Anwar al Awlaki, morto em um ataque americano no Iêmen.
Apesar de reconhecer ser autor do massacre, Hassan, que completará 42 anos no mês que vem, considerou que “não fez nada ruim, já que havia agido pela causa maior de ajudar” seus “irmãos muçulmanos”, segundo documentos vazados à imprensa por seu advogado civil.
A última execução militar no país aconteceu em 1961 e apenas cinco soldados se encontram no corredor da morte da prisão militar de Fort Leavenworth (Kansas), sem data para sua execução.
Agência Efe