EUA

Por que os EUA bombardearam Hiroshima?

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Livro conta o horror provocado pelos americanos ao tomar a decisão absurda de destruir uma cidade inteira com suas crianças, velhos, mulheres. 68 anos após o ataque, EUA continuam impunes

Paulo Nogueira, DCM

São 68 anos da Bomba de Hiroxima. Recomendo um pequeno grande livro. Chama-se exatamente Hiroxima e foi escrito por Lawrence Yep.

Ruínas de Hiroshima após o ataque. Uma cidade pacífica foi dizimada (Foto: Arquivo)

Todo mundo deveria ler. Não me consta que esse livrinho – no tamanho — tenha sido editado no Brasil.

É uma pena.

São 50 páginas que contam o horror provocado pelos americanos ao tomar a decisão cruel, absurda de destruir uma cidade inteira com suas crianças, velhos, mulheres.

A guerra já estava ganha. Hitler já se matara.

Por que os americanos fizeram uma coisa tão monstruosa? Uma retaliação ao ataque de Peal Harbour pelos japoneses não faz sentido.

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Pearl Harbour era uma base naval. Não uma cidade. Seria como responder com um tiro a quem mandou um email malcriado para você.

Desproporção total.

O que os americanos queriam era evitar que os russos, que tinham batido os alemães e definido o destino da guerra, se sentissem fortes demais.

A bomba atômica foi um fator intimidador usado pelos Estados Unidos contra, sobretudo, a Rússia às vésperas da inevitável Guerra Fria.

Mas a que preço para Hiroxima.

O livrinho mostra que os habitantes da cidade achavam que até ali Hiroxima tinha sido poupada de bombas pelos americanos porque era bonita.

Mostra também a perplexidade do piloto do Enola Gay, o avião do qual foi jogada a bomba, ao ver depois as consequências. “O que fizemos?”, ele se pergunta.

A resposta é óbvia. Fizeram uma chacina.

A bomba ao cair espalhou um fogo intenso num raio longo. Milhares de pessoas foram imediatamente carbonizadas. Muitas outras morreram afogadas ao se atirar num rio para fugir do fogo.

Era o começo de um dia. As crianças estavam indo para as escolas.

O livrinho mostra também uma ‘Donzela de Hiroxima’. Assim foram chamadas mulheres jovens desfiguradas pela bomba. Para elas se perdeu a possibilidade de atrair marido.

Algumas foram para o país que as destruiu, os Estados Unidos, fazer plásticas. Cirurgiões plásticos americanos se dispuseram a operar de graça.

Uma delas morreu na cirurgia. Suas cinzas retornaram a Hiroxima numa caixinha, levadas pelas conterrâneas no retorno à cidade devastada.

O livrinho também é um lembrete dos crimes de guerra sistematicamente cometidos pelos Estados Unidos. Com a impunidade de quem se julga dono do mundo.

Não.

Não é à toa que são tão odiados.

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