Medicamento ‘do futuro’ avisa médico quando é ingerido por paciente. OMS afirma que 50% das pessoas não tomam remédios adequadamente
Uma empresa norte-americana criou um medicamento que avisa médicos e familiares quando é ingerido. A tecnologia, desenvolvida pela companhia de saúde digital Proteus, baseada na Califórnia, tem como objetivo ajudar no tratamento de pacientes com doenças crônicas, que precisam tomar remédios regularmente.
– Seres humanos não são robôs e, quando têm de tomar remédios ou fazer outras coisas que requerem muita rotina, sempre acham difícil – diz Andrew Thomson, diretor da Proteus.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 50% das pessoas não tomam medicamentos corretamente, ao passo que 50% dos remédios não são prescritos ou vendidos adequadamente.
A Proteus pretende disponibilizar comprimidos com um sensor eletrônico embutido. Quando o medicamento chega ao estômago, envia uma mensagem a um adesivo colado ao braço do paciente e, de lá, segue em forma de alerta para um celular, tablet ou PC.
Thomson explica que o sensor funciona como uma “bateria de batata”.
– Se você colar um pedaço de cobre e um de magnésio em uma batata e conectá-los, é possível acender uma lâmpada – diz ele.
Segundo Thomson, isso é possível por um princípio da química que diz que dois metais diferentes conectados em uma solução iônica, como a batata, criam uma carga elétrica.
-
Menina de 6 anos tratada com maconha caminha pela 1ª vez
-
Importação de médicos: fatos que a imprensa omitiu
– O que fizemos foi unir dois minerais presentes na dieta de qualquer pessoa cobre e magnésio, colocá-los em um grão de areia que tem menos de milímetro quadrado e combiná-lo ao medicamento.
Ao ser engolido, o sensor entra em contato com os ácidos gástricos, que são um meio iônico capaz de criar a voltagem necessária para ativá-lo. O chip, então, entra em contato com o adesivo, que também monitora sinais vitais do paciente, como movimento e sono.
O adesivo, por sua vez, envia todas as informações para um aplicativo localizado em um sistema de computação em nuvem que pode ser acessado por profissionais de saúde e parentes por meio de seus telefones e computadores.
A aplicação também controla os efeitos dos remédios, avaliando se a dosagem está correta ou se está surtindo efeito.
A tecnologia está sendo testada na Grã-Bretanha na rede de farmácias Lloyds. Pacientes recebem uma cartela de remédios, sendo que um dos comprimidos contém o sensor.