Gilmar discorda do amigo Ives Gandra e diz que "Dirceu foi condenado com base em depoimentos". Ives Gandra rebateu: "Sei que há depoimentos, mas a prova testemunhal é a pior das provas. Não há contra Dirceu a prova material."
Em entrevista à Folha, jurista afirmou que o petista foi condenado com base em indícios e presunções; amigo e coautor de livros com ele, o magistrado disse: “Tenho respeito e afeto pelo Ives, mas suas declarações foram impróprias. Há provas cabais contra José Dirceu”. Ives retrucou e disse que não existem provas materiais.
As notas abaixo são da coluna de Mônica Bergamo, da Folha:
AS PROVAS ESTÃO LÁ
O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sai em defesa do julgamento do mensalão. “Há provas cabais contra José Dirceu”, diz ele, respondendo a Ives Gandra Martins. Em entrevista à Folha, o jurista afirmou que o petista foi condenado com base em indícios e presunções. Amigo e coautor de livros com Gandra Martins, o magistrado diz: “Tenho respeito e afeto pelo Ives, mas suas declarações foram impróprias”.
COM CARINHO
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Mendes cita, entre “inúmeras” provas, depoimentos de testemunhas que dizem que todas as negociações do governo com partidos precisavam ser referendadas por Dirceu. E também as negociações com o Banco Rural, no centro do escândalo. Em tom de brincadeira, afirma: “Ainda bem que o Ives teve o bom senso de não propor a canonização do José Dirceu”.
A RECÍPROCA…
Ives Gandra Martins diz que recebe as críticas “com muito respeito, pois tenho pelo Gilmar uma grande admiração”. Mas mantém sua opinião. “Sei que há depoimentos, mas a prova testemunhal é a pior das provas. Não há contra Dirceu a prova material.” Ele registra que, por criticar a teoria do domínio do fato, recebeu telefonemas de apoio tanto de ministros do STF, aposentados e na ativa, quanto de outras cortes. E também de professores de direito “do Brasil inteiro”.
…É VERDADEIRA
Gandra Martins, por sinal, está lançando o livro “Estudo de Direito Constitucional em Homenagem a Gilmar Mendes”, pela editora Saraiva. Coordena a obra junto com o professor Carlos Valder do Nascimento, da Bahia.