Irã permite acesso a Facebook e Twitter pela primeira vez desde 2009. Não está confirmado, no entanto, se a liberação é permanente
Depois de quatro anos de bloqueio, o governo iraniano liberou nesta segunda-feira (16/09) o acesso de seus cidadãos ao Facebook e ao Twitter, de acordo com publicações nas contas de jornalistas vivendo no país. Essas redes sociais haviam sido proibidas em 2009, em decorrência dos protestos que marcaram a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad.
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Os internautas foram pegos de surpresa com a mudança, que não ocorreu em todos os locais do Irã e nem com todos os provedores de internet. Além disso, foi verificado que outros sites continuavam bloqueados no país. Não está claro se a permissão continuará e a falta de um pronunciamento oficial do governo gerou a hipótese de que pudesse ter sido acidental ou, ao menos, temporária.
Entretanto, o novo presidente iraniano, Hassan Rohani, disse repetidamente desde que foi eleito que as autoridades islâmicas não precisam interromper o fluxo de informações para os cidadãos. Ele mesmo tem uma conta no Twitter, assim como outras autoridades de seu governo, tendo provocado polêmica ao desejar aos judeus um feliz “Rosh Hashanah”, o ano novo judaico, em oposição ao ex-presidente Ahmadinejad, que falava publicamente sobre o fim do Estado de Israel.
Recentemente, muitos ministros de Rohani têm aderido ao Facebook, a começar pelo de Relações Exteriores, Javad Zarif, cuja página foi “curtida” por mais de 200 mil pessoas. Depois dele, diversos funcionários do gabinete do presidente também criaram páginas, gerando otimismo entre os cidadãos quanto à possibilidade de voltar a utilizar redes sociais.
Residentes do Irã têm sido capazes de contornar a censura do governo na internet utilizando VPNs (redes privadas virtuais, na sigla em inglês), que falsificam suas localizações. No entanto, essas redes podem ser instáveis e difíceis de usar e as autoridades já tentaram fechar essa brecha. Ainda assim, há registros de um grande número de iranianos ativos nas redes sociais.