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Médico que mandou “negra voltar para África” não responderá por injúria racial

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Médico que ofendeu atendente em cinema não vai responder por injúria racial. Juiz alega que não existem provas de que o psicanalista tenha ofendido "a dignidade da vítima, fazendo referências a sua cor"

Ministério Público pediu condenação de Heverton Otacílio (Foto) por injúria racial (Divulgação)

De acordo com a sentença da 2ª Vara Criminal de Brasília, o médico Heverton Octacílio de Campos Menezes praticou somente o crime de injúria contra a atendente Marina Serafim dos Reis, na bilheteria do Liberty Mall. Em abril do ano passado, ele fugiu do shopping depois de ofender a funcionária de um cinema (relembre aqui).

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O juiz descartou que o psicanalista tenha feito comentários de cunho racista à jovem, à época com 25 anos, e o absolveu do crime de injúria racial, conforme pedia o Ministério Público.

Heverton recebeu uma pena que será cumprida com medidas alternativas. Ainda cabe recurso. Segundo a decisão, não existem provas de que o psicanalista tenha ofendido “a dignidade da vítima, fazendo referências a sua cor”.

Durante o anúncio do parecer, o juiz declarou que “a ofensa não se deu em um contexto de discriminação racial, restando provado que o desentendimento entre os dois ocorreu apenas em razão da discordância sobre o momento em que deveria ter sido feito o atendimento”.

A acusação tentou culpá-lo pelo crime de injúria racial a partir das frases que o acusado teria dito no dia em que aconteceram as supostas ofensas: “Sua negra, volta para a África. Você está no lugar errado. O seu lugar não é aqui lidando com gente, mas e com animais”.

Correio Braziliense