Com uma narrativa de 17 minutos inteiramente rodada a partir de uma tela de computador, "Noah" junta forma e conteúdo digital com amor
O filme mais comentado dos últimos dias tem 17 minutos, custou 200 dólares e foi produzido por dois estudantes canadenses de cinema de 22 anos.
Noah é a história de amor da geração Facebook. É todo passado numa tela de computador, que funciona como uma câmera subjetiva. Noah está falando com a namorada, Amy, enquanto vê sites pornôs, joga games on-line e conversa com o amigo Kanye East. Amy está preocupada com sua mudança de cidade e o futuro dos dois. Parece que tem a intenção de terminar. A conexão cai. E Noah rapidamente submerge em seu pequeno inferno hiperconectado e multitarefas. Leia também
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É como se a dupla de realizadores Walter Woodman e Patrick Cederberg tivesse transformado Annie Hall em um tuite. Uma boa ideia executada de maneira engenhosa e barata. Um romance curto, com uma reflexão sobre um mundo digitalizado e cada vez mais veloz, sobre a fugacidade dos relacionamentos, a solidão e o ciúme. O filme foi postado no YouTube no mesmo dia da exibição no festival. Foi inteiramente rodado com webcams num apartamento, durante seis meses.
“Minha grande questão com o Facebook é que ele está dando às pessoas a habilidade de criar uma personalidade que pode não ser completamente honesta”, disse Cederberg. ”Todos os meus amigos sabem como é ter três abas em atividade no Google Chrome e ficar escrevendo e assistindo alguma coisa ao mesmo tempo. Parece normal, mas há algo faltando nessa comunicação”, diz Caitlin McConkey-Pirei, que faz Amy.
A sensação é que você e Noah estão no mesmo computador. Instintivamente, você tenta impedi-lo de cometer uma bobagem, mexendo no mouse. Evidentemente que não adianta nada. Veja e mande seu filho sair da Internet. Não vai adiantar, mas a verdade está lá fora.
Assista ao filme (em inglês):
Kiko Nogueira, diário do centro do mundo – com Lino Bocchini