Com direito a bandinha filarmônica e descerramento de placa, Eduardo Campos inaugura escola que funciona desde março. O possível presidenciável do PSB pareceu se exaltar com questionamentos dos jornalistas e deu explicações em tom grosseiro
Com direito a bandinha filarmônica e descerramento de placa, o governador Eduardo Campos inaugurou, na tarde desta terça-feira (15), o novo prédio da escola Monsenhor Manuel Marques, na Mangabeira. Só que a unidade não é novidade para a comunidade nem para os 784 alunos do ensino fundamental – incluíndo Educação de Jovens e Adultos e Travessia – que a frequentam desde março.
Questionado sobre a demora na inauguração, Eduardo Campos cobrou reconhecimento. “Ruim é quando a gente inaugura e não está pronto. Quando a gente inaugura o que está pronto deveria ter um reconhecimento, sobretudo considerando como a escola era antes. Eu já estava pra vir aqui há muito tempo para um gesto simples em reconhecimento a essa conquista”, disse. O investimento no prédio foi de R$ 2,3 milhões. Leia também
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Durante o percurso que fazia dentro na escola, o governador foi abordado por algumas alunas do fundamental que pediram para a unidade oferecer o ensino médio no próximo ano. Prontamente, no discurso oficial, ele anunciou que em 2014 a unidade iria contar com as novas turmas. Resta ao secretário da Educação Ricardo Dantas concretizar as palavras do governador.
Na ocasião, foi lançado o Programa de Mobilidade Acadêmica para professores de inglês, que vai enviar docentes da rede estadual para um mês de intercâmbio no Reino Unido. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Educação do Estado (SEE), o Britsh Council e o Instituto HSBC.
Mas o anúncio do programa não soou muito bem para alguns alunos e uma mãe que estava na escola justamente para cobrar ao governador um professor de inglês para o filho do quinto ano. “Não tem professor de inglês na sala do meu filho”, reclamou Ana Amélia Pereira, 38 anos.
As alunas Daliane Soares e Isabele Cristine, também do quinto ano, confirmaram a queixa. “Desde março tivemos dois professores de inglês, mas desde agosto não temos mais nenhum”, disseram.
Eduardo Campos pareceu se exaltar com os questionamentos dos jornalistas e deu explicações em tom grosseiro. “Houve um afastamento do professor de inglês para a realização de um mestrado. O processo de contratação de outro é automático e já está encaminhado. Eu estou dando explicações para que não haja pegadinha”, disparou.
O diretor da escola, Joel de Carvalho, explicou que a mudança para um prédio maior aumentou as turmas e causou uma deficiência no quadro de docentes, mas que os alunos estão sim tendo aula de inglês. “Estavamos numa escola com poucas turmas. Neste prédio, elas aumentaram e não é fácil surprir essa necessidade rapidamente. Isso porque muitos professores tiraram licença. Contratamos novos professores e há uma semana e meia os alunos já voltaram a ter aulas de inglês”, garantiu.
A Secretaria de Educação do Estado informou em nota oficial que o quadro de professores da escola estadual Monsenhor Manuel Marques está completo.
O professor de inglês Gláucio Ramos de Gomes afastou-se em julho para realizar um mestrado. Em agosto, o professor Marcos Aurélio Cordeiro de Oliveira foi contratado em substituição, porém, o mesmo encontra-se em licença médica pelo período de 15 dias, não justificando, portanto, a contratação de outro profissional tendo em vista que ele fará a reposição das aulas.
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