Comício da Ku Klux Klan é cancelado por paralisação do governo dos EUA. Evento seria realizado no sábado, mas todos os parques nacionais estarão fechados caso "shutdown" continue
O fechamento do governo dos Estados Unidos já afetou centenas de milhares de trabalhadores e, agora, provocou uma nova vítima: a organização racista KKK (Ku Klux Klan). Por causa da paralisação, autoridades do Parque Nacional Militar de Gettysburg, no estado da Pensilvânia, disseram na última terça-feira que o comício do grupo agendado para sábado (05) será cancelado porque todos os parques nacionais foram fechados.
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“Por causa do fechamento do governo federal, o Parque Nacional Militar de Gettysburg rescindiu todas as permissões para eventos especiais, incluindo a demonstração de 5 de outubro”, afirmou o parque em comunicado. O comício havia sido permitido com base na 1ª Emenda da Constituição norte-americana, que assegura, entre outras liberdades, a de expressão.
O parque havia liberado a realização do evento dizendo que, “como guardiães da terra pertencente ao povo norte-americano, o Serviço Nacional de Parques tem a responsabilidade de deixar esta terra disponível para exercer esses direitos [da 1ª Emenda]”.
A KKK tem sido associada há muito tempo com “cavaleiros” noturnos vestindo capuzes, roupas brancas, andando durante a noite e ameaçando negros com cruzes em chamas, linchamentos e outros atos de violência.
O governo dos EUA fechou à meia-noite (1h no horário de Brasília), depois que o Senado e a Câmara dos Representantes não conseguiram chegar a um acordo sobre o orçamento federal para o novo ano fiscal, que se inicia hoje.
O que significa o fechamento
Paralisações ocorrem quando o Congresso não chega a um acordo sobre um projeto de financiamento da administração (que pode ser para o ano fiscal – de 1º de outubro a 30 de setembro – ou para parte do ano) ou, como aconteceu quando Bill Clinton era presidente, o chefe de Estado o veta. Desse modo, a administração não tem autorização legal para gastar dinheiro.
Assim, o governo é obrigado a parar de prover todos os serviços considerados “não essenciais”. Basicamente, a administração não tem autorização legal para pagar suas contas internas e, por isso, apenas atividades como as de policiais, bombeiros, médicos, correios, Forças Armadas, tráfego aéreo e sistema penal continuam a ter fundos para funcionar.
Quase um milhão de funcionários públicos poderão tirar uma espécie de licença pela qual não serão pagos como consequência do fechamento. Alguns empregados do governo federal são considerados “isentos” nesses casos – os chamados essenciais – e continuarão trabalhando. Os exemplos mais notáveis de isenção são os de funcionários necessários para proteger a saúde, a segurança e a propriedade públicas. Parlamentares também estão isentos.