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Banda de Rock envia fatura ao exército dos EUA por uso de música em Guantánamo

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Banda Skinny Puppy se sentiu ofendida pelo uso de sua música em interrogatórios e exige do governo Obama pagamento dos royalties

Imagem de clipe da banda Skinny Puppy: uso de música é “ofensivo” (Reprodução)

A banda de rock canadense Skinny Puppy enviou uma fatura ao exército dos Estados Unidos no valor de 666 mil dólares pelo uso da sua música no campo militar de Guantánamo, onde a administração Obama mantém ainda 155 pessoas suspeitas de terrorismo.

O tecladista do grupo, Cevin Key, disse ao canal CTV News que a banda recebeu de um antigo guarda prisional a informação de que a sua música era usada nos interrogatórios aos presos, que muitas vezes eram submetidos à audição forçada por horas e hora

“Não só estou contra o fato de eles estarem usando a nossa música para provocar dor em alguém, como também de o fazerem sem ter autorização”, disse Key.

O governo dos EUA gosta de se apresentar como um bastião da defesa dos direitos de autor em todo o mundo. A confirmar-se o uso da música da banda canadense, seria uma violação grosseira do copyright.

O Departamento de Defesa dos EUA, contatado pela BBC de Londres, disse que não se pronunciava sobre práticas executadas em Guantánamo.

“Prolongar o choque da captura”

Mas entre as denúncias de violações dos direitos humanos feitas no campo de detenção estão a do uso contínuo de música heavy metal de bandas como Metallica ou Nine Inch Nails na tentativa de provocar dor e desorientação aos presos.

Um general do exército dos EUA chegou a justificar o uso da música para “criar medo, desorientação… e prolongar o choque da captura.”

O antigo guarda prisional, que forneceu informações ao grupo canadense, está a escrever um livro e garantiu que os detidos de Guantánamo chegaram a ser submetidos à audição, durante seis a 12 horas contínuas de música “dark metal”.

Para Cevin Key, a banda sente-se ofendida por a sua música ser usada para fazer mal a alguém.

Os Skinny Puppy são de Vancouver e existem há 30 anos, sendo dos criadores do gênero “metal industrial”.

Revista Fórum