A farra dos caríssimos tratamentos dentários no Senado
Senado gasta R$ 6,2 milhões com plano de saúde, que é vitalício e banca despesas de senadores, ex-senadores e dependentes. Para usufruí-lo, o parlamentar não precisa fazer nenhuma contribuição - basta que tenha exercido o cargo por 180 dias ininterruptos. Após a morte do titular, o cônjuge continua usando a carteirinha
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo do último domingo, 9, sobre as despesas pagas pelo Senado para os senadores fazerem tratamentos dentários, tratamentos de saúde e até aplicações de botox, mostrou que a senadora Kátia Abreu (PMDB) foi uma das congressistas que mais gastou com tratamentos dentários no Senado.
Segundo o jornal, Kátia Abreu gastou R$ 45.350 em tratamentos dentários pagos pelo Senado nos anos de 2010 e 2013.
Seu ex-colega de partido, senador Agripino Maia (DEM), teve uma despesa de R$ 51 mil, em 2009, referentes à implantação de 22 coroas de porcelana aluminizada. Já o atual companheiro de partido, senador Pedro Simon (PMDB), fez o Senado bancar R$ 62.793 em seus dentes.
O ex-senador tocantinense Moisés Abrão Neto (PDC) também aparece na lista de despesas reembolsadas pelo Senado. Ele gastou R$ 30.480 com despesas dentárias. Em 2008, o ex-parlamentar já havia sido reembolsado em R$ 109.267 mil com despesas de saúde. O senador Magno Malta (PR-ES) teve tratamento custeado em R$ 33.000 só em 2011.
Nos últimos cinco anos, a Casa autorizou tratamentos milionários, principalmente odontológicos, sem fazer perícia física dos pacientes nem definir limites de cobertura. Os gastos atingiram média de R$ 6,2 milhões anuais entre 2008 e 2012 – 62% referentes a reembolso de notas fiscais e recibos. A reportagem obteve as despesas efetuadas em 2013, que ainda não foram consolidadas pelo Senado. A estimativa é que a média de gasto tenha se mantido inalterada.
Conforme matéria do jornal paulista, o plano de saúde do Senado é vitalício. Ele banca despesas de senadores, ex-senadores e dependentes como filhos, enteados e cônjuges. Para usufruí-lo, o parlamentar não precisa fazer nenhuma contribuição – basta que tenha exercido o cargo por 180 dias ininterruptos. Após a morte do titular, o cônjuge continua usando a carteirinha.
O plano do Senado estabelece um limite anual de R$ 25,9 mil para gastos odontológicos, mas a Casa tem pago valores acima. O caminho para ignorar as normas é invadir a cota não utilizada de outros anos.
com Agência Estado