São Francisco proíbe venda de garrafas plásticas de água. Medida, aprovada por unanimidade, deve entrar em vigor em outubro
A cidade norte-americana de São Francisco, na Califórnia, decidiu banir a venda de garrafas de água de uso individual a partir do dia 1º de outubro, depois de votação realizada no começo de março. Anteriormente, o município já havia proibido a utilização de sacolas plásticas.
Após protestos e cobranças de ativistas, São Francisco se tornou a primeira grande cidade dos Estados Unidos a se mover em direção à proibição das garrafas plásticas. No último dia 4 de março, autoridades locais decidiram, por unanimidade, que garrafas de água com capacidade menor que 600 ml não poderiam mais ser comercializadas. Também ficou decidido que, no futuro, garrafas de água não poderão ser compradas com fundos da cidade.
O banimento, a princípio, não se aplica a maratonas e outros eventos esportivos e permite a grandes eventos sem fins lucrativos, como a Parada do Orgulho Gay, que se adaptem até 2018. Ele também encoraja a cidade a aumentar o número de estações para reabastecimento de água em espaços públicos.
O principal foco da medida é reduzir os impactos ambientais gerados pela fabricação do plástico das garrafas e também pelo seu descarte. “Existem custos ambientais incríveis, enormes das garrafas plásticas de água”, afirmou o presidente do Conselho de Supervisores de São Francisco, David Chiu, idealizador da proibição. “Uma garrafa de plástico típica leva mil anos para se biodegradar”.
“Todos nós sabemos da importância de se combater as mudanças climáticas, São Francisco tem liderado a luta por nosso meio ambiente”, acrescentou Chiu. “É por isso que peço a vocês que apoiem essa medida para reduzir e desencorajar o uso dessas garrafas em São Francisco”.
Críticas
Alguns oponentes do banimento, incluindo a indústria das garrafas plásticas, afirmam que a medida reduziria a possibilidade de as pessoas escolherem uma bebida saudável para se hidratar se tiverem sede em eventos públicos, especialmente se refrigerantes e outras bebidas ainda forem vendidos.
“Se as pessoas estão em um evento e não têm um recipiente reutilizável perto delas, vão começar a procurar por bebidas embaladas”, afirmou Christopher Hogan, porta-voz da Associação Internacional de Água Engarrafada, segundo a Reuters. “Isso realmente reduz a oportunidade das pessoas de escolher a bebida mais saudável, que é a água engarrafada”.
Chiu, entretanto, afirmou que a cidade tornará mais fácil para as pessoas encher as garrafas de água que levarem de casa.
O jornal Los Angeles Times também questionou a decisão de São Francisco em um de seus editoriais, analisando se a cidade está preparada para “matar a sede de seus cidadãos” com água pública de qualidade. “Vão em frente, São Francisco e outras cidades: proíbam a garrafa de água. Mas só depois de ter investido na construção e restauração de uma rede de água pública e gratuita”, conclui o texto.
Opera Mundi