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“Mulheres ucranianas, não façam sexo com russos”

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Campanha pede que ucranianas não tenham relações sexuais com russos. Segundo uma das fundadoras do movimento, trata-se de uma "reivindicação para proteger a Ucrânia do agressor"

Modelos da campanha vestem as camisas em preto e branco que contém frases estimulando ucranianas a não fazer sexo com russos (NBCnews)

Após a incorporação da península da Crimeia à Rússia, ativistas ucranianas elaboraram uma campanha de protesto político com uma abordagem diferente contra o Kremlin: convidando as mulheres do país a se abster de manter relações sexuais com homens russos.

Uma das principais frentes da campanha parte da venda de camisetas com o desenho de duas mãos, formando uma imagem que alude ao formato de uma vagina, com mensagens como “não dê para um russo”. “Para nós, o slogan não é apenas sobre sexo, mas se trata de uma reivindicação para proteger nosso país de um agressor”, explicou uma das fundadoras do grupo ucraniano responsável pela campanha, Irina Rubis, em entrevista à NBC.

Com o intuito de reprimir a “agressão de Moscou”, o movimento começou após perceber que os esforços que a Ucrânia fazia para mostrar para a comunidade internacional “a brutalidade da ocupação russa” não eram bem-sucedidos. Por isso, segundo Irina, aproposta da ação é de ser impactante mesmo. “Sexo é um dos elementos mais eficazes para chamar atenção substancial”, afirmou.

As camisetas custam 250 hrivnas (cerca de R$ 52) e todos os lucros estão sendo direcionados para o exército ucraniano. Criada há uma semana, a página da campanha no Facebook já conta com mais de 2.500 curtidas e apresenta o slogan “precisamos lutar contra o inimigo de qualquer maneira!”. Devido à repercussão internacional, as publicações sobre os produtos são escritas em russo e em inglês.

“Queremos chamar atenção para o caos feito pelos russos na Crimeia, como os sequestros, a limitação dos direitos dos tártaros (minoria anti-Rússia na península) e a restrição ao trabalho dos jornalistas. Estas são as mensagens que queremos divulgar”, argumentou Irina. Em represália, o site nacionalista russo Sputnik e Pogrom descreveu as responsáveis pela campanha como “prostitutas” na sua página no Facebook, segundo o The Moscow Times. 

Patrícia Dichtchekenian, Opera Mundi

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