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Mujica desafiará Obama em encontro

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Mujica diz que mostrará para Obama "erros grosseiros" dos países ricos. Presidente uruguaio será recebido na Casa Branca no mês de maio. Conversa transcorrerá "sem renunciar ao que penso"

O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou no último domingo que quando se reunir com o líder americano, Barack Obama, no próximo mês na Casa Branca, assinalará os “erros grosseiros” que os países ricos cometem com os da América Latina.

Mujica mostrará a Obama injustiças dos países ricos contra os países pobres (Ilustração: Pragmatismo Político)

“Humildemente vou marcar os erros muito grosseiros que o mundo rico, começando pelos Estados Unidos, comete conosco”, disse Mujica em declarações exclusivas ao Channel 4 de Montevidéu.

O líder uruguaio acrescentou que dialogará com Obama, que vai recebê-lo em Washington em 12 de maio, “sem ser agressivo, mas sem renunciar ao que penso”.

Mujica, de 78 anos, foi um dos líderes da guerrilha Tupamara e esteve preso durante 13 anos e em duras condições antes e durante a ditadura que governou no Uruguai entre 1973 e 1985.

Os Estados Unidos “devem se dar conta” que os latino-americanos “somos donos de nossa história” e “seja boa ou ruim”, acrescentou.

Na opinião de Mujica, atualmente “vivemos em um mundo muito complexo” que “necessita de tolerância” e isso representa “aprender a conviver com os que pensam diferente”.

“A democracia não pode impor o que pensa cada país”, acrescentou. O líder uruguaio afirmou ainda que “o republicanismo real” é “respeitar a diferença”.

Mujica se encontra entre os candidatos a figurar entre as 100 personalidades mais influentes do mundo, lista que anualmente é organizada pela revista americana TIME.

Antes de definir essa classificação, a revista realiza uma enquete via internet entre seus leitores e Mujica figura nessa lista.

No mês passado, o presidente do Uruguai anunciou que seu país, a pedido expresso de Obama, aceitou acolher seis presos do centro de detenção militar de Guantánamo, situado em Cuba.

Atualmente, a Chancelaria uruguaia e o Departamento de Estado dos Estados Unidos negociam a chegada dos presos que o Uruguai receberá em qualidade de refugiados ou imigrantes, informou recentemente o chanceler Luis Almagro.

Opera Mundi