Estudante de Direito confundido com ladrão é espancado em Blumenau. Jonhn Paulo Mafra sofreu lesões na boca, braços, cabeça e teve seis dentes quebrados
Um estudante de direito voltava para casa na madrugada de quarta-feira (14) quando foi violentamente agredido por três homens com tacos de sinuca e porretes, em Blumenau, no Vale do Itajaí. Jonhn Paulo Mafra, de 31 anos, voltava da casa da amiga Débora Ferrazzo após a faculdade quando um carro parou ao seu lado. Subitamente três homens saíram do veículo e correram atrás do rapaz o chamando de “ladrão”.
Jonhn foi atacado com um porrete na nuca e caiu. No chão, os homens continuaram o agredindo, mirando a cabeça do rapaz. Jonhn ficou com escoriações no braço, por defender o rosto, mas mesmo assim perdeu os dentes da frente. Com a confusão e os gritos, a vizinhança chamou a polícia.
Leia também: Jovem negro com problemas mentais é apedrejado até a morte no Espírito Santo
De acordo com o amigo Daian Schmitt, sem saber o porquê da violência, o estudante reivindicou que não teria feito nada. Os agressores alegavam que ele era a única pessoa na rua após o assalto de uma casa, por isso seria o culpado. Com os livros da faculdade espalhados, os homens notaram que poderia não ser o assaltante.
Dois dos três agressores fugiram do local quando ouviram as sirenes da polícia. O homem que ficou disse que o estudante seria o assaltante de uma casa. À polícia, o agressor alegou estar sozinho e que Jonhn teria caído após pular de um muro de uma casa.
Jonhn alega que tentou pedir aos agressores que ligassem para Débora. Ela confirmaria que o estudante tinha acabado de sair da sua casa. Os agressores chutaram o celular de Jonhn e continuaram a violência. Com dificuldades na fala, ele afirma não sentir raiva dos agressores, mas estar chocado com a atitude ignorante.
“O meu sentimento não é de raiva, não é de revolta, não é de nada. Fico pensando como que as pessoas se acham na razão, com tão pouco elementos, a ponto de espancar alguém”, disse o estudante de direito. Ele entrará na justiça para se defender. “Gente de bem não faz picaretagem. Não vou me igualar a eles”, afirmou.
Emocionado, o amigo Daian Schmitt afirma “meu amigo não morreu porque alguém chamou a polícia. Os justiceiros não deixaram ele falar em momento algum. Foi uma violência gratuita e desmedida”. Em uma rede social, Daian pediu aos amigos que compartilhassem a história para que parassem com a justiça com as próprias mãos, que atingia inocentes.
informações de Jornal de Santa Catarina e G1-SC