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Facebook e Twitter são inimigos das religiões, diz pastor

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Pastor disse estar cada vez mais convencido de que as mídias sociais estão minando as religiões

Religião prospera quando a comunicação ocorre entre uma pessoa e um único público — quando, por exemplo, um pregador fala aos integrantes de sua congregação ou quando um fiel ora diretamente a Deus. Mas a religião retrocede quando a comunicação se destina a diferentes públicos, como se dá nas redes sociais, porque nesse caso uma mesma mensagem é transmitida para diferentes contextos, criando neles distorções, constrangimento e tensão.

Essa análise é do pastor presbiteriano Henry G. Brinton, da Igreja de Fairfaix, em Fairflax (Virgínia, EUA). Ele escreve artigos sobre religião e cultura para Washington Post, USA Today e Huffington Post, entre outras publicações. É autor ou co-autor de cinco livros, como “Raízes e Frutos da Hospitalidade Cristã”.

A abordagem de Brinton vai no mesmo sentido de uma recente pesquisa que detectou que nos Estados Unidos a popularização da internet coincidiu com o aumento de pessoas que afirmam não ter religião. Em 1990, 8% da população não tinha nenhuma preferência religiosa. Em 2010, essa porcentagem mais que duplicou, chegando a 18%.

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Em sua argumentação, Brinton usou a expressão “colapso de contexto” cunhada pela estudiosa de comportamento de jovens e de internet. Trata-se de danah boyd (ela não usa letras maiúsculas em seu nome).

Ele disse estar cada vez mais convencido de que a mídia social está minando a religião, com mensagens que tentam abarcar todos os “gostos” para obter “seguidores” entre os quais muitas vezes uns não têm nada a ver com outros.

“[Isso] distrai as pessoas de um relacionamento com Deus e com os seus vizinhos mais próximos”, argumentou, dizendo que essa perda de contexto deve ocorre com as mensagens do papa Francisco pelo Twitter, com 3,8 milhões de seguidores.

Escreveu: “Pense no que acontece quando você posta uma foto ou uma mensagem no Facebook: você enviar esta única mensagem para vários públicos constituída por amigos, familiares, colegas e vizinhos. Muitos contextos são recolhidos em um só, o que cria problemas, porque a comunicação normal requer que você se conecte com cada um desses grupos de maneira um pouco diferente. Em vez de uma comunicação clara, você acaba criando constrangimento e tensão”.

Assim, para ele, o recomendável é que o religioso no Facebook, por exemplo, envie mensagem para uma pessoa ou para um grupo de tema bem definido, de modo a preservar o contexto. Mas, disse, muitas organizações religiosas tentam chegar a tantas pessoas quanto possível, o que pode ser um tiro pela culatra.

“A fé religiosa se torna mais forte quando reservamos um tempo para nos afastarmos do mundo e se concentrar em Deus e ter contato mais próximo com os vizinhos, em vez de segui-lo no Twitter”, escreveu o pastor.

“A palavra ‘religião’ vem do latim religare , ‘ligar’, o que significa que a nossa religião nos liga uns a outros, à comunidade e a Deus por intermédio de um conjunto de práticas espirituais.”

Para Brinton, as pessoas precisam fazer esforço para não ficar tão expostas à ausência de contexto das redes sociais. Ele elogiou o “Dia Nacional da Desconexão”, que transcorre nos Estados Unidos em março, quando muitas pessoas mantêm desligados o celular, tablet e computador por 24 horas.

Isso, segundo ele, reaproxima as pessoas de Deus.

Paulopes e Huffington Post