Otto se disse a favor dos avanços sociais proporcionados pelo governo e contra o radicalismo de figuras como Jair Bolsonaro. Músico falou também a respeito das táticas Black Bloc e sobre manifestações
Em entrevista para a revista Cult, o cantor pernambucano Otto falou sobre os governos Lula e Dilma, comentou a respeito da Copa do Mundo e também abordou a questão das manifestações. “Sou contra a violência. Nunca concordei com Black Bloc, com as pessoas quebrarem coisas. Não achava que o Brasil precisava chegar num desespero tão grande”, comentou o cantor.
O músico acredita que há muita coisa acontecendo que é pensada para atrapalhar o governo federal. “O que eu vejo é uma politicagem, uma sabotagem em cima desse governo, algo que eu sinto desde o primeiro governo de Lula. Eu morava no alto Leblon quando Lula ganhou. Era só eu e mais dois apartamentos gritando e o resto calado”, disse Otto, que ainda declarou que é impossível andar pelo país e não notar a mudança. “Eu que ando pelo Brasil vejo que a gente nunca teve uma situação melhor. Mas tem pessoas que não aguentam ver o pobre garantir mais coisa”, criticou.
Otto declarou voto em Dilma Rousseff e apontou que a utilização da violência nas manifestações pode despertar os grupos de extrema direita do Brasil. “Fico do lado da democracia sempre. Principalmente em horas como agora. Torço muito por dona Dilma, mas tô esperando a votação, o que vai dar. Respeito isso aí. Mas sou contra essa manifestação toda, esse perigo no qual estão colocando o Brasil. Parar a Copa, acho isso tudo aí meio ingênuo (…) O Brasil tem uma coisa pacífica tão bonita e isso está se perdendo. Falava com meus amigos que estavam numa de quebrar tudo, de destruir: ‘Calma aí’. Senão isso vai atiçar os bolsonaros, pode ver que eles subiram todos. Nessa hora sobe esse ‘boa família’, preconceituoso, careta… Esse cara está amando na hora que radicaliza. Vem a marcha da família, essas coisas tristes”.
Por fim, Otto falou sobre as contradições da base governista e as alianças políticas. “Democraticamente eu consegui mudar esse país, com meu voto. Já fui um tempo mais radical, mas eu tinha Sarney de presidente. Hoje ele é apoiador da base do meu governo. E eu não posso derrubar o meu voto porque o Sarney está me apoiando. Tenho que defender um pouco o apoio dele. É delicada a coisa. A democracia se constrói pouco a pouco”.