Além de mandar blindar o seu carro e o de seu marido, Sheherazade diz que tem ido trabalhar com uma escolta paga pelo SBT. Apresentadora também teria recebido convites para entrar na política
Rachel Sheherazade, do telejornal “SBT Brasil”, mandou blindar seu carro e de seu marido e tem ido ao trabalho e voltado com uma escolta paga pela emissora porque sofre ameaça de violência e até de morte.
A jornalista desencadeou a ira em pessoas e a admiração de outras quando afirmou que considera “compreensível” a atitude dos “vingadores” que atacaram no Rio um menor negro, suposto infrator, que foi ameaçado de morte, além de ser surrado, despido e amarrado a um poste.
Ou seja, a apoiadora da justiça com as próprias mãos está sendo submetida ao constrangimento pelo qual passou o jovem negro, com a diferença de que ele não tinha carro blindado nem escolta para se proteger.
“Já recebi ameaças de morte pelo WhatsApp e há pessoas que me ligam falando que sabem onde meus filhos estudam. Eu e meu marido blindamos nossos carros, e o SBT me paga uma escolta na ida e na volta do trabalho. Eu e minha família pagamos um preço muito alto.”
Em entrevista à VejaSP, Sheherazade se manteve arrogante, apesar do ‘barulho’ que seu apoio a “vingadores” causou na imprensa e em redes sociais. Disse: “Sofro com as pressões, mas sou boa de briga e dura na queda”.
Ela falou que seu “estilo de jornalismo é de posições firmes” e que não é de “ficar em cima do muro”. Mas aceitou, sem nenhuma crítica, a decisão do SBT de proibi-la de fazer comentários no telejornal. Seus defensores afirmam que ela foi censurada pela emissora.
Sheherazade renovou seu contrato com a emissora em 2013, tendo aumento de salário de R$ 40 mil para R$ 90 mil. Ela disse mais uma vez que terá um programa só dela, para expressar suas opiniões.
Ricardo Boechat, âncora do “Jornal da Band”, deu uma cutucada indireta em Sheherazade ao comentar o linchamento de uma mulher no Guarujá (SP) por ter sido espalhado no Facebook o boato de que ela sequestrava bebês para usá-los em magia negra.
Ele disse na segunda-feira (5) que a responsabilidade pela morte da mulher cabe tanto aos espalhadores de boatos quanto às pessoas que estimulam em emissoras a “cultura da justiça com as próprias mãos”.
“É hora dessas pessoas, agora, virem a público [e dizerem] como se sentem depois da consumação de sua própria teoria, na prática.”
com Paulopes