Matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo tenta vincular Black Bloc's no Brasil ao PCC. Quem acreditou?
Uma entrevista com supostos membros da tática black bloc, feita pelo jornalista Lourival Sant’Anna, do jornal O Estado de São Paulo, veiculada no domingo (01), é uma farsa. Quem afirma são os próprios membros do grupo anarquista em sua página oficial no Facebook. O título da entrevista diz que “Black blocs prometem caos na Copa com ajuda do PCC”.
“Não tem como o black bloc dar entrevista porque o black bloc é tática de manifestação, e não um grupo organizado. Não se deixe levar por declarações falaciosas do Estado de São Paulo e derivados”, afirmam.
Ainda, durante a entrevista, que tem cerca de 11 minutos, é possível observar que em nenhum momento os supostos black blocs citam algo relacionado à facção criminosa.
“Estupidez tem limites. Quem acredita nisso, acredita em tudo. Que sentido haveria em integrantes do movimento Black Bloc abrir para o Estadão uma intenção que só vai lhes criar problemas?”, afirmou o jornalista Paulo Nogueira, em artigo para o DCM, ao questionar a reportagem do Estadão. Nogueira também relembrou que Lourival Sant’Anna já esteve envolvido em uma polêmica sobre a veracidade de suas matérias. De acordo com ele, o empresário Nelson Tanure o acusou de forjar informações numa série de reportagens sobre negociações em torno da Varig.
O portal Brasil de Fato entrou em contato com o autor da matéria, que se defendeu. “Como digo na minha matéria, falei com o núcleo de black blocs mais experientes, responsáveis pelas ações de maior repercussão. E eles não têm página no Facebook. Cuidado com quem se apresenta publicamente como black bloc. Isso contradiz a tática black bloc.”
Após a publicação, o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, disse em entrevista ao mesmo jornal que é “inadmissível a associação de esforços entre os black blocs e o PCC para transformar a Copa do Mundo em um caos”. E ainda complementou dizendo que “não toleramos abuso de qualquer natureza e as pessoas que praticarem atos ilícitos responderão nos termos da lei”.
com informações de DCM e Brasil de Fato
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