Plínio de Arruda tratava de um câncer nos ossos há pouco mais de um mês. Confira a repercussão da morte do ex-deputado filiado ao PSOL
O ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio, de 83 anos, morreu na tarde da última terça-feira (8), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, vítima de câncer nos ossos. Desde 2005, era filiado ao Psol, partido pelo qual concorreu à Presidência da República nas eleições de 2010, quando obteve 886.816 votos e ficou na quarta colocação. Foi fundador do PT, em 1980, e deputado federal pelo partido entre 1985 e 1991. Nas eleições estaduais de 1990, disputou o governo de São Paulo, vencida pelo candidato do PMDB, Luiz Antônio Fleury Filho.
Plínio formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) em 1954. Militou na Juventude Universitária Católica (JUC), a qual presidiu, e na Ação Popular. Foi promotor público, deputado federal constituinte e presidiu a Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra). Deputado pelo PDC na década de 1960, foi relator do projeto de reforma agrária no governo de João Goulart. E foi um dos primeiros cassados depois do golpe, em 9 de abril de 1964. Exilou-se no Chile e depois foi estudar nos Estados Unidos. Retornou ao Brasil em 1976. Na primeira metade dos anos 1980, também se engajou na campanha das Diretas Já.
Sepultamento
O corpo do ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio (PSOL-SP) foi sepultado na tarde desta quarta-feira (9) no Cemitério do Araçá, em São Paulo. Antes do sepultamento, bandeiras do PSOL e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foram colocadas sobre o caixão. Parentes e amigos também cantaram o hino da Internacional Socialista.
Repercussão
Chico Alencar (PSOL-RJ), deputado federal: “A vida de Plínio foi plena. Nosso Plínio de Arruda Sampaio partiu no exato momento em que havia um Brasil inteiro reunido em torno de uma mesma expectativa. Ele queria ainda mais: um povo que pudesse transitar de seus desejos individuais, pequenos, para um sonho coletivo, de justiça e igualdade, realmente duradouro. Temos o dever de continuá-lo. Plínio e a luta por um Brasil solidário e fraterno vivem!”
Cristovam Buarque (PDT-DF), senador
“Eu conheci Plínio no exlílio, em Honduras. Eu morava lá e ele passou fazendo um trabalho pelo Banco Interamericano. Criei uma admiração muito especial por ele. É um dos políticos com mais consciência dos problemas brasileiros e com propostas para fazer um país mais eficiente e mais justo. Eu senti muito.”
Eduardo Suplicy (PT-SP), senador
“Visitei ele anteontem, e estive com a esposa e filhos. Ele estava numa situação bastante grave. Ele é uma pessoa extraordinária, foi um excelente deputado federal, uma pessoa de extraordinário valor. Sinto muito por isso e expresso a minha solidariedade. Eu vou logo estar no velório e farei um discurso em homenagem a ele no Senado.”
Geraldo Alckmin (PSDB), governador de São Paulo
“Plínio de Arruda Sampaio dedicou sua vida a um Brasil justo, solidário e democrático. Foi um promotor de Justiça exemplar; um deputado constituinte vibrante; um homem público de convicções. Em nome dos paulistas, deixo meus sentimentos à sua família.” (por nota oficial)
Ivan Valente (SP), líder do PSOL na Câmara
“Para mim, que fui companheiro do Plínio, desde a fundação do PT, e depois na ida para o PSOL, nós travamos uma luta na saída do PT, e sem dúvida é uma perda muito grande. Um grande companheiro, que foi, assim, um camarada que prestou grandes serviços ao povo brasileiro. E mais do que isso, é uma referencia para a juventude brasileira, aos 83 anos, fez coisas memoráveis para o PSOL. Além de ser um amigo, camarada, irmão.”
José Serra (PSDB), ex-governador de São Paulo
“Plínio de Arruda Sampaio foi um grande amigo. Isso resume minha relação com ele. Nos longos anos de exílio convivemos intensamente, em Santiago do Chile, em Washington, e na Universidade de Cornell. Dele e de sua mulher, Marietta, sempre recebi afeto e, quando foi necessário, solidariedade. Depois que voltamos ao Brasil, tomamos rumos diferentes na política, mas a relação básica de amizade sempre permaneceu. A mesma relação que tenho com seus seis filhos, que conheci desde que eram crianças. Plínio foi um político estudioso e coerente na prática de suas ideias. Ou seja, um político incomum.” (por nota oficial)
Luciana Genro, candidata do PSOL à Presidência da República
“Eu estava lá com a família dele, e justamente ele havia falecido alguns minutos antes. É uma notícia muito triste para todos nós do PSOL. Ele foi uma pessoa que se dedicou imensamente às causas em defesa do nosso povo. Fez um esforço enorme para representar PSOL nas eleições de 2010 e tenho muito orgulho de contar com o nome dele no manifesto em apoio a minha candidatura. Ele estava lúcido quando foi consultado para dar esse apoio. A gente tem muito orgulho de ter tido ele no PSOL e ele vai fazer muita falta.”
Luiz Araújo, presidente nacional do PSOL
“O PSOL se solidariza com os familiares de Plínio e ressalta que sentirá a ausência de um dos maiores lutadores socialistas e colaboradores do partido. Certamente, continuaremos levando adiante os ideais por justiça social, defendidos incansavelmente por ele.” (por nota oficial)
Luiza Erundina (PSB-SP), deputada federal
“A partida do Plínio Sampaio nos causa a nós, seus amigos e companheiros, uma profunda tristeza e ao Brasil, uma enorme perda.” (pelo Twitter)
Marina Silva (PSB-AC), candidata a vice-presidente
“Morreu hoje o ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio, aos 83 anos. Um homem de ideias, de caráter, a quem sempre respeitei por sua longa trajetória política em favor de um Brasil mais democrático, justo e fraterno. Que Deus console seus familiares, amigos e admiradores neste momento.” (pelo Facebook)
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), senador
“Eu estava acompanhando o estado de saúde dele. Ele teve uma pequena recuperação, mas nós já sabíamos que o estágio dele era de irreversibilidade. O Brasil perde um dos seus principais guerreiros do século XX e do início do século XXI. Era alguém que, no PSOL, e desde o PT, inspirada a todos nós. No PSOL era, com seus mais de 80 anos, o mais jovem de nós. […] É uma notícia muito triste, uma perda muito grande.”
com Agência Estado e RBA