Aécio Neves diz não ter "o menor constrangimento" em manter os programas sociais do PT caso seja eleito presidente e rasgou elogios ao seu principal cabo eleitoral: "Nada tem me dado tanta alegria quanto a companhia do FHC, ele é um estadista"
Candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves afirmou nesta quarta-feira 16 não ter “o menor constrangimento” em manter os programas sociais implantados pelos PT. “Eu não tenho o menor constrangimento em mantê-los, quem tem dificuldade de reconhecer méritos é o PT”, disse Aécio. “O Bolsa Família vai continuar, o que eu quero é tirá-lo da agenda eleitoral, transformá-lo em programa de Estado”, acrescentou. No Mais Médicos, porém, haverá alguma mudança, caso seja eleito. “Em vez de financiar o governo de Cuba, vamos remunerar melhor os médicos cubanos no Brasil”, afirmou.
Durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo portal Uol, com SBT e rádio Jovem Pan, Aécio respondeu sobre sua declaração, feita em um jantar com empresários, de que, se fosse necessário, promoveria “medidas impopulares” no País. “Não existem medidas impopulares, são medidas necessárias”, disse hoje o parlamentar. “Vou tomar as medidas necessárias a recolocar o Brasil no rumo do crescimento. As medidas impopulares estão sendo feitas por esse governo”, criticou.
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O presidenciável prosseguiu: “só quero deixar claro que eu não vou governar com os olhos nas curvas de popularidade. Estou disputando a presidência não para dar uma vitória para o meu partido, mas porque o País não merece mais o governo do PT”. Questionado se o candidato do PSB, Eduardo Campos, seria um “tiro no escuro”, diante do lema tucano de que o PSDB é uma “opção segura” para o País, Aécio evitou bater no adversário. “Sou amigo do Eduardo, sou amigo na campanha e serei amigo no futuro”.
Ao comparar os governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com os do PT, Aécio Neves disse que esquerda e direita “são conceitos muito abstratos” atualmente e que, se fossem analisadas por seus projetos sociais, a gestão do tucano FHC deveria ser considerada de esquerda, enquanto as de Lula e da presidente Dilma Rousseff, de direita. Ao falar sobre seu principal cabo eleitoral, rasgou elogios: “Nada tem me dado tanta alegria quando a companhia de Fernando Henrique Cardoso. Ele é um estadista. Ele já está participando da campanha e isso pra mim é um combustível”.
Copa do Mundo
Aécio voltou a dizer que viu “uma tentativa desesperada do governo de tentar se apropriar a qualquer custo” do sucesso da Copa do Mundo. E criticou o comportamento da presidente Dilma após a eliminação da Seleção Brasileira do Mundial. Ele disse que, se fosse presidente, após o último jogo da equipe na competição – a disputa pelo terceiro lugar, contra a Holanda – teria convidado os jogadores para “um café”. Segundo Aécio, Dilma “tentou se descolar” da derrota da seleção. Questionado sobre a Futebras, o senador respondeu que defende, sim, uma lei de responsabilidade do esporte, mas não intervenção estatal.
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