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Cássio Cunha Lima rebate acusação de que teria comprado prefeitos

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Candidato a governador pelo PSDB, Cássio Cunha Lima é acusado de um novo crime eleitoral na Paraíba. Denúncia está sendo investigada pela Polícia Federal

Cássio Cunha Lima (PSDB) chama de “farsa” acusação de compra de apoio político na Paraíba (Agência Senado)

O senador e candidato a governador do PSDB, Cássio Cunha Lima, está sendo novamente acusado de crime eleitoral na Paraíba. O vice-presidente nacional do PSDB, que foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico em 2006, agora é acusado de comprar apoio político de prefeitos pelo interior do Estado.

A nova acusação contra Cássio foi protocolada na Polícia Federal da Paraíba pela assessoria jurídica da coligação “A Força do Trabalho”, encabeçada pelo governador e candidato à reeleição Ricardo Coutinho (PSB). O esquema de compra de apoio político envolve também o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Ricardo Marcelo (PEN), o prefeito do município de Caiçara (PB), Cícero Francisco da Silva, o vice-prefeito da cidade e mais quatro vereadores.

De acordo com o advogado Celso Fernandes, a coligação “A Força do Trabalho” teve acesso a uma gravação que revela detalhes do novo crime eleitoral praticado por Cássio Cunha Lima. “A gravação é contundente, cita nominalmente as pessoas da coligação adversária e cita nominalmente valores de R$ 200 mil e de R$ 600 mil”, afirmou.

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A gravação, que já se encontra em poder da Polícia Federal, foi realizada pelo jornalista Sales Dantas, ex-vereador da capital paraibana. Segundo a coligação “A Força do Trabalho”, o material é considerado legal do ponto de vista jurídico. “No presente caso, o jornalista Sales Dantes, ao saber que havia uma negociata criminosa de compra de votos em andamento, decidiu comprovar o crime, por conta própria, através de gravação telefônica. A constatação foi que já haviam acertado o valor de 600 mil para comprar todas as lideranças do município. A Justiça entende que só é ilegal quando nenhum dos interlocutores sabe da gravação”, sentenciou o advogado Francisco Ferreira, acrescentando que o prefeito que aparece na gravação imaginava que estava continuando a negociação com os interlocutores do senador Cássio.

Francisco Ferreira explicou os próximos passos a serem tomados pelo jurídico da coligação. “O primeiro passo é da Polícia Federal, porque compete a ela intimar os envolvidos para que prestem declarações. É requerido também que seja aberto um inquérito policial federal por crime eleitoral, e que seja remetido imediatamente ao Ministério Público Eleitoral também para a propositura de ação de investigação judicial eleitoral”, disse.

“Farsa”

Nota oficial divulgada pela coligação de Cássio Cunha Lima afirma ser “absolutamente estranho” que “a única prova da suposta compra de prefeitos pelo candidato tucano seja a farsa montada por um ex-secretário de Ricardo Coutinho” – atual governador e candidato à reeleição pelo PSB. A cúpula tucana se refere ao jornalista Sales Dantas, autor da gravação que acusa Cássio Cunha Lima de comprar apoio político de prefeitos no interior. “Ele se faz passar por um assessor de Cássio”, responde a campanha do senador.

Candidatura sob risco

Além da denúncia de crime eleitoral, a campanha de Cássio enfrenta outro problema. É que a Procuradoria Regional Eleitoral da Paraíba pediu a impugnação de sua candidatura, alegando que ele está inelegível por ter sido cassado nas eleições de 2006. Em 2010, o tucano foi eleito senador da República, mas só tomou posse um ano depois, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a vigência da Lei da Ficha Limpa só valeria para o pleito de 2012.

Cássio foi condenado por abuso de poder político e econômico durante campanha à reeleição em 2006. Segundo a Justiça, ele distribuiu 35.000 cheques para eleitores sob o argumento de se tratar de um programa assistencial e promoveu sua candidatura em um jornal oficial.

com 247 e Agência Brasil