Redação Pragmatismo
Copa do Mundo 08/Jul/2014 às 09:42 COMENTÁRIOS
Copa do Mundo

Copa do Mundo no Brasil: uma retrospectiva sobre o oportunismo da Globo

Publicado em 08 Jul, 2014 às 09h42

Diante do sucesso da Copa do Mundo no Brasil, Globo tenta sentar na janelinha da festa com uma capa dourada, seis estrelas na camisa e o slogan "Eu acredito!". Melhor bater na madeira...

Copa do Mundo no Brasil oportunismo da Globo 2014
Oportunista, Globo agora aposta na #CopadasCopas (Ilustração: 247)

A revista Época, das organizações Globo, produziu uma capa neste fim de semana que é um primor de oportunismo. Não o de craques como Romário e Ronaldo, que sempre souberam se posicionar dentro da grande área. Mas o dos caras-de-pau que parecem debochar da memória dos próprios leitores. Pintada de dourado, a capa da revista traz um bordão das torcidas nos estádios: “Eu acredito!”. No subtítulo, a mensagem de que faltam apenas dois passos para a tão sonhada sexta estrela.

Se a Globo acredita no sucesso da Copa do Mundo e da própria seleção, a conversão é bem recente. Nas capas anteriores sobre o Mundial, o tom foi, predominantemente, pessimista, além de contaminado pela agenda política da família Marinho.

Em junho do ano passado, jogando em tabelinha com a revista Veja, que previa estádios entregues apenas em 2038, Época retratou o País como uma tartaruga e perguntou na capa “por que tudo atrasa no Brasil?”. Seis meses depois, a mesma Época parecia antever – ou torcer – para uma explosão social no País. A bola era uma bomba relógio, na capa “O risco-Copa”. Dava-se razão até à impaciência de Joseph Blatter, chefão da Fifa, com a Copa no Brasil. “A impaciência parece justificada. Blatter lembrou que o Brasil foi o único a ter sete anos para organizar a Copa do Mundo. A Alemanha e a África do Sul tiveram seis. A Fifa também não queria uma Copa tão complexa como a que o Brasil decidiu organizar”, dizia o texto.

Veja também: Quem apostou no fracasso da Copa?

Quando o torneio começou, no início de junho, outra capa de Época sobre a Copa. Tinha fundo preto e o sorumbático “Não vai ser fácil”. Dizia-se ainda que o humor da nação estava por um fio, ou seja, que o Brasil, em vez de um sonho, poderia viver um pesadelo. No entanto, havia um pequeno “seguro”, mas que não disfarçava a má vontade da Globo com o torneio. Se tudo desse certo, o sucesso seria explorado politicamente.

Como se sabe, a Copa deu certo dentro e fora de campo. Nas quatro linhas, o Brasil está nas semifinais, depois da vitória por 2 a 1 contra a Colômbia, marcada pela atuação épica de David Luiz e pela agressão covarde a Neymar. Enfrentará a Alemanha sem seu maior jogador e sem o capitão Thiago Silva, suspenso com dois amarelos. Ganhando ou perdendo, já terá feito um bom papel e será reconhecida pela torcida. Fora dos gramados, o Brasil também vive dias de sonho.

Uma festa que vinha sendo contida e adiada justamente pela postura de grupos de mídia, que disseminavam entre a população o medo de um vexame internacional. No entanto, a Globo agora acredita e já bordou até seis estrelas na camisa da seleção. Melhor bater na madeira.

247

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook

Recomendações

COMENTÁRIOS