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Desembargadora manda soltar chefe da máfia dos ingressos

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Justiça solta suspeito de chefiar a máfia dos ingressos para a Copa do Mundo. Esquema estaria operando há quatro mundiais

Ray Whelan, diretor-executivo da Match Services, tinha sido preso na tarde de segunda-feira em uma suíte do Copacabana Palace (Reprodução)

Acusado de ser o chefe de uma quadrilha internacional de cambistas, o diretor-executivo da Match Services, Raymond Whelan, foi liberado por volta das 4h50 desta terça-feira da 18ª DP (Praça da Bandeira), por determinação da desembargadora do Plantão Judiciário do Rio de Janeiro, Marília Castro Neves Vieira. Raymond tinha sido preso na tarde de segunda-feira, na suíte que ocupava no Copacabana Palace. A desembargadora considerou a prisão ilegal e arbitrária.

Veja também: A Fifa vai se vingar do Brasil em campo?

A Match Services, empresa associada à Fifa, tem direitos exclusivos na venda de pacotes para os jogos da Copa do Mundo. A Match Hospitality é ligada a Phillipe Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

Na suíte do executivo foram apreendidos 82 ingressos para a Copa, US$ 1,3 mil, um computador e um telefone celular, que serão periciados. Ele seria apenas um dos ligados à Fifa que estão sob investigação da polícia brasileira.

Segundo as investigações, Ray estaria acima do franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, preso desde a semana passada por participação no esquema.

O nome do acusado bateu com um dos nomes que constam na lista de credenciados pela Fifa para a Copa do Mundo no Brasil.

A lista com os credenciados foi enviada pela entidade máxima do futebol.

Por volta das 17h40, o executivo chegou à 18ª Delegacia de Polícia, na Praça da Bandeira, responsável pelo inquérito. Segundo o delegado Fábio Barucke, Raymond negou, em depoimento informal, qualquer participação no esquema. Raymond disse que não teve negociações com Fofana durante a Copa do Mundo. “Isso nós temos de prova. Foram 900 ligações durante o evento. Nós temos isso de prova e ele nega”, disse o delegado.

Inicialmente, o inglês deveria passar a noite na 18ª DP e levado esta manhã para a Polínter, na Cidade da Polícia.

Fifa foi conivente e atrapalhou boa investigação da polícia

A Fifa foi conivente e omissa, porque sabia de todo esse esquema e tentou atrapalhar a investigação da polícia. A diretora de comunicação da entidade deveria ser presa e impedida de deixar o país. A legislação brasileira diz que omissão é crime. Se fosse na Inglaterra ou nos Estados Unidos, essas pessoas já estariam presas há muito tempo. Eles humilharam a dignidade da polícia brasileira, que produziu um inquérito de grande qualidade, que o mundo está apreciando agora.

Escutas revelam 900 ligações de Lamine para celular da Fifa

Uma reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, revelou neste domingo (6) que o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, de 57 anos, acusado de liderar a quadrilha internacional que vendia no mercado negro os ingressos para a Copa do Mundo, fez pelo menos 900 ligações para um celular oficial da Fifa no Brasil, desde o início do Mundial.

Jornal do Brasil

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