Cientista político afirma que reportagem publicada no domingo (20) não passa de 'plano de credibilidade' da Folha. "É só uma ação que o jornal faz quando o leitor começa a desconfiar da credibilidade do veículo"
Para o analista político Paulo Vannuchi, a reportagem publicada na Folha de São Paulo, neste domingo (20), denunciando a construção de um aeroporto, em Minas Gerais, no terreno da família de Aécio Neves (PSDB), durante o governo do atual candidato a presidente no estado, é um passo para construir um “plano de credibilidade”. “Esporadicamente, a Folha realiza matérias como essa e constrói o seu plano de credibilidade”, afirma, em comentário feito hoje (21), para a Rádio Brasil Atual.
VEJA TAMBÉM: A verdade sobre o aeroporto de Aécio construído com dinheiro público
“É um respiro que ela (Folha) faz na hora em que o leitor começa a desconfiar, ‘olha, esse jornal só fala mal da Dilma’, e perde a confiança.” O cientista político aponta que os jornais pesquisam a opinião dos assinantes. “A Folha fica bem quando faz uma matéria de domingo contra o Aécio, porque ela pode argumentar que ninguém pode acusá-la de ser tendenciosa”, considera.
Ao analisar a mídia tradicional de modo geral, Vannuchi aponta que os veículos tentam criar para as eleições o mesmo clima de pessimismo que foi construído em relação à realização da Copa do Mundo. “Foi um sentimento falso e distorcido. Finalmente, destruído pelo sucesso da Copa em todos os sentidos”, garante.
O cientista político indica ainda que o jornal O Globo, do Rio de Janeiro, no mesmo dia em que a Folha criticou Aécio, fez uma matéria baseada em uma pesquisa nacional para acusar membros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) de corrupção. “O que leva O Globo a fazer isso? Porque em São Paulo há um escândalo do conselheiro Robson Marinho, uma pessoa de alta importância na hierarquia política tucana, que está envolvido até o pescoço em denuncias, inclusive na Suíça, de corrupção”, pontua.
Para Vannuchi, a estratégia do jornal carioca foi a da “diluição” no sentido de demonstrar que Marinho não é o único envolvido em processos de corrupção.
RBA